Em sua “live” das quintas, desta vez feita diretamente da Ilha de Marajó, no Pará, o presidente da República se confundiu e citou a Embratel como a empresa que estaria viabilizando a sua conexão pela Internet com o eleitorado. Quando na realidade foi a Telebras, estatal que lá na frente ele terá de decidir se privatiza ou não.
Bolsonaro está na Ilha de Marajó para participar do lançamento de um ponto do programa “WiFi na Praça”, que permite o acesso gratuito e ilimitado à Internet por meio do satélite da Telebras .
Não é a primeira vez que um presidente troca a Telebras pela Embratel, empresa que foi privatizada em 1998 pelo Governo Fernando Henrique Cardoso.
Em 2018 o presidente Michel Temer também cometeu, por três vezes, a mesma gafe contra a estatal, ao participar da inauguração parcial do Centro de Operações Espaciais em Brasília da Telebras. O mesmo centro que contou este ano com a presença de Bolsonaro e do ministro das Comunicações, Fabio Faria, na solenidade de inauguração oficial.
Essas gafes mostram o quanto a Telebras está distante do poder. O quanto se tornou irrelevante para presidentes, que não conseguem se lembrar do nome dela e, por consequência, do papel que poderia estar desempenhando tanto para o governo quanto para a população brasileira.
Sobretudo a população que vem sendo há anos e sistematicamente excluída por governos, dos benefícios da conectividade e da transformação digital que vem ocorrendo no país. Um exemplo é a própria Ilha de Marajó, onde o presidente está.
A confusão com a Embratel é uma clara demonstração de falha do Marketing da empresa estatal, que fracassou no seu papel de construir uma imagem de empresa eficiente dentro do governo. Se nem ele se lembra dela, o que dirá a opinião pública?
*A Embratel, que há 32 anos deixou de ser uma estatal, agradece mais uma vez pela propaganda gratuita de presidentes.