Por Fábio Veras* – Sabemos que os desafios do setor global de saúde são diversos. No entanto, a inovação tem impulsionado seu ânimo nos últimos anos. Tanto que, nesse ecossistema, as startups da saúde –as chamadas healthtechs– estão desempenhando um papel significativo nas mudanças para melhor. E essa ascensão está apenas no começo.
As startups de saúde nunca tiveram um ambiente tão favorável como agora no Brasil. A crise econômica parece passar longe das empresas de base tecnológica no país, como mostram os dados compilados pelo Distrito Dataminer. No primeiro trimestre de 2021, as startups brasileiras atraíram um valor recorde de investimentos de R$ 10,8 bilhões. No mesmo período do ano passado, foram R$ 3 bilhões. As healthtechs receberam 337% mais investimentos, que somaram R$ 533 milhões entre janeiro e março deste ano.
Para entender esse contexto de disrupção, é preciso perceber as healthechs como uma vertical: tecnologia da saúde ou saúde digital voltada a melhorar todos os aspectos do setor. A tecnologia (big data, aplicativos, smartphones, wearables e outras) para fornecer acessibilidade, pagamento seguro e consumo de cuidados com a capacidade de aumentar o desenvolvimento e a eficiência de produtos e serviços pode ser considerada como parte desse domínio vibrante.
O setor de Tecnologia da Saúde reúne todos os desenvolvedores de software, empresas de TI criando spin off, além de médicos, designers e fabricantes de produtos médicos para prevenção, diagnóstico, terapia e monitoramento de saúde do paciente. Os elos impactados incluem hospitais, clínicas, governos e gestores da saúde; seguros e operadoras; serviços voltados para o consumidor; produtos farmacêuticos; e governo. Mesmo com consumidores e empresas começando a perceber o potencial extraordinário entre tecnologia e o setor de saúde, os relatórios sugerem que sua trajetória será mais brilhante no futuro. Um futuro que está muito próximo.
Empreendedores em todo o mundo têm sido capazes de identificar uma série de áreas problemáticas e, por meio de pesquisa e desenvolvimento para soluções inovadoras, estão conseguindo mitigar esses desafios. Um caso incrível é de duas startups que estão reduzindo a taxa de óbitos em UTIs para recém-nascidos. A queda nas taxas de infecção hospitalar trouxe uma vantagem adicional: a redução do tempo de permanência dos bebês nas UTIs, possibilitando a admissão de mais pacientes no mesmo período. A disponibilidade de leitos aumentou em torno de 40%.
A lacuna entre o que as empresas estabelecidas no setor de saúde oferecem hoje e o que provavelmente estará em jogo no futuro criou uma abertura para os inovadores de tecnologia da saúde: empresas ágeis, focadas no consumidor e centradas na tecnologia. Nesse cenário, a Saúde Ventures nasceu com a vontade e estratégia de se erguer em um projeto nacional e, para isso, a holding vai contar com novos aliados para expandir fronteiras além do Brasil. Ela agora é sócia e apoiadora entusiasta da Feluma Ventures.
Como uma poderosa força de suporte a novas soluções na saúde e na educação da saúde, a Feluma nasceu na Faculdade de Ciências Médicas, que forma 400 profissionais por ano há mais de 70 anos em Minas Gerais.
Em negociação com entidades de outros estados –como São Paulo, Pernambuco, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul–, a Holding Saúde Ventures quer algo ousado: ser a maior rede de um ativo patrimonial robusto de equities e impacto no setor de saúde. A primeira aliança nacional de healthtechs, como vertical exclusiva em saúde da rede.
O projeto inicia a criação de uma aliança nacional para formação do maior portfólio de healtechs da América Latina. Essa junção promete mudar a forma como se pratica e promove a saúde no Brasil, talvez no mundo, oferecendo ao investidor de pequeno e médio portes uma forma acessível de fazer diferença em seu patrimônio. As startups de saúde ganham aliados poderosos para seu crescimento e o primeiro trimestre de 2022 será esse termômetro.
*Fábio Veras* – CEO da Holding Saúde Ventures, integrante do grupo FCJ e presidente do Sindinfor.
(Foto: Mariana Borges)