Hoje a Folha vem com reportagem, na qual fala sobre a criação de um consórcio de 12 bancos que deverão aportar até R$ 8 bilhões na concessionária Oi, seja do próprio bolso ou através de “investidores interessados”.
Legal, isso resolve a questão da capitalização da concessionária, que tem problemas de caixa para fazer frente aos investimentos que precisa e para a concorrência com as outras teles.
Resolve também o problema da Portugal Telecom, que no acordo para assumir o controle da Oi chegou a estimar investimentos de R$ 14 bilhões, que seriam necessários para a empresa voltar com força ao mercado, mas do seu bolso até agora só saiu o ar.
Curioso mesmo é a Folha informar que a presidenta Dilma quer uma “solução de mercado” para o problema da Oi, numa alusão de que o BNDES não colocará mais nenhum centavo na concessionária. Na verdade o governo já colocou e muito, mas agora está preocupado em evitar mais prejuízos com operações que podem não dar certo lá na frente.
O banco de fomento, se não der certo essa operação de salvamento da Oi, não terá nem a perspectiva de receber de volta o dinheiro que já colocou.
Mesmo assim, a Oi ainda continuará contando com a ajudinha do governo, para resolver o problerma do seu passivo de R$ 41 bilhões. Pelo menos parte dessa dívida, em torno de R$ 10 bilhões, será resolvida pela Anatel, na base de troca das multas que aplicou por investimentos, através de um “Termo de Ajustamento de Conduta”, que será assinado entre a agência reguladora e a concessionária.
O TAC da Anatel é mais um primor da “contabilidade criativa”. A empresa se compromete a investir agora, em troca de multas que levou da agência reguladora nos últimos anos, tudo aquilo que ela deixou de investir e, por conta disso, terminou multada.
*Dá para entender?