A Inclusão Digital de Cezar Alvarez

São fortes os rumores dentro do Ministério das Comunicações, de que o atual Coordenador-Geral de Acompanhamento de Projetos Especiais, Carlos Paiva (foto), teria sido comunicado que não permanecerá mais na função. O “Coronel Paiva”, como era conhecido no ministério, se reuniu hoje com o secretário-executivo, Cezar Alvarez, quando recebeu o bilhete azul.
Quem o viu perambulando pelos corredores do ministério disse que Paiva estava com fisionomia bem abatida, pois ele esperava permanecer na nova equipe do ministro Paulo Bernardo.
O cargo poderá ser ocupado por Nelson Fujimoto, que até o dia 31 trabalhava com Alvarez,  como assessor de Inclusão Digital da Presidência da República.
Mas aí vocês me perguntam: Qual a importância da saída dele ou da entrada do outro para o planeta terra?
Respondo: Para o planeta não sei.
Mas para o Ministério das Comunicações – no formato que foi montado ainda na gestão do ministro Hélio Costa – esse cargo é tudo de bom que vocês possam imaginar.
Foi o jeitinho que o ex-ministro encontrou para suprir a ausência de uma Secretaria de Inclusão Digital, com poderes para definir programas, alocação de verbas e o melhor: Mandar pagar fornecedores.
Sim: O Coronel Paiva ditava as regras do jogo.
Sua “Coordenação” foi criada atropelando o organograma original do Ministério das Comunicações, cuja área de Inclusão Digital estaria subordinada à Secretaria de Telecomunicações. Nessa mudança, Paiva se reportava apenas ao ministro Hélio Costa.
Este Blog lá atrás denunciou essa mudança e esse pulo do gato no organograma e a Controladoria Geral da União investigou o assunto (não necessariamente por causa desse Blog, porque ainda não chegamos à tanto – no máximo somos lidos por alguém no Japão).
A CGU mandou o ministério se enquadrar, mas sabe como são essas coisas, né?
Agora temos de avaliar o seguinte cenário:
O ministro Paulo Bernardo quer criar uma Secretaria de Inclusão digital. Ela pode tanto ser uma nova pasta, quanto abocanhar as funções da atual Secretaria de Telecomunicações. Isto porque essa secretaria ainda faz parte de um mundo em que se pensava a telefonia como um único serviço para a população. Perdeu a sua razão de ser num mundo convergente.
Prevalecendo esse modelo desejado pelo ministro, isso significa que a função exercida hoje pelo “Coronel Paiva” está na contramão dos interesses de Paulo Bernardo.
Afinal de contas, de quê adianta ser o secretário de Inclusão Digital, se o vivente terá que sentar para despachar e pedir a algum subordinado de Cezar Alvarez, para que algum programa ande dentro do Ministério das Comunicações?
Ou esse formato já nasceu morto, ou Alvarez está preparando um novo bote. Fazer do seu subordinado o secretário de Inclusão Digital e extinguir a estrutura criada por Paiva e Hélio Costa.
* Neste caso, o ministro Paulo Bernardo é o ministro das Comunicações, mas quem comandará a pasta e seus principais programas será CezarAlvarez.