Por Alexandra Visconti* – Diariamente somos informados sobre as movimentações de fusões e aquisições, já bastante comuns no mundo dos negócios, principalmente com o aquecimento do mercado pós pandemia. Some-se a este fator o aumento da concorrência, a transformação tecnológica e a tendência de consolidação de diversos segmentos. De acordo com uma pesquisa realizada pela KPMG com empresas de 43 setores, o Brasil registrou 1.728 fusões e aquisições em 2022. O recorde de crescimento se deu em 2021, com 1.880 negócios e 63% de aumento na comparação com 2020, onde se registrou 1.151 movimentações.
Tanto as fusões quanto as aquisições possibilitam que as organizações ampliem seus negócios, aumentem a eficiência, rentabilidade e lucros que garantem novas oportunidades. Por outro lado, a realidade do cenário de aquisição tende a ser um pouco mais desafiador, visto que os líderes precisam de um olhar integrado para a nova realidade do negócio, pois com uma das partes deixando de existir, é preciso conciliar um novo modelo de negócio dali para frente.
A aquisição não é somente a compra dos serviços, tecnologia, faturamento e o mercado que determinada organização conquistou, mas também as pessoas que fizeram o sucesso do negócio. Nesse caso, a governança surge como aliado dos compradores e do time adquirido, ajudando a entender desde questões financeiras, portfólio, até implementação de ações para alinhamento dos colaboradores.
A governança é o caminho que avalia, direciona e concilia as diferenças das empresas e dos demais stakeholders, além de auxiliar no gerenciamento de riscos. Como a união de empresas pressupõe uma nova cultura organizacional instaurada, a governança corporativa ajuda a realizar mudanças no mindset para definição de uma nova forma de atuação e estratégias que sejam aderentes ao negócio.
Todos os cuidados de informação que passam pelos colaboradores, acionistas, clientes e fornecedores vão ajudar na longevidade da empresa e seu sucesso no mercado. Sendo assim, o primeiro passo para conseguir manter essa estabilidade, é estudando a situação da empresa e procurando os possíveis riscos aos quais ela está exposta.
A partir daí, as lideranças devem buscar formas de solucionar os problemas identificados. Ou seja, como poderemos agir para evitar um determinado risco? Há formas de resolver esses problemas e manter a empresa em bom funcionamento? São algumas das questões que os responsáveis pela consolidação devem fazer e responder.
Segundo Wanderlei Passarela, no seu livro Conselheiro de Empresas: “A governança, se olhar a organização de forma integral, tratará de auxiliá-la a criar seu futuro, a pavimentar um caminho de sucesso em longo prazo, trabalhando pelas mudanças necessárias”.
Portanto, a governança prevê a criação de políticas para lidar com esses riscos e contar com planos de ação que podem ser colocados em prática sempre que for necessário. A governança corporativa é um fator crítico para o sucesso das fusões e aquisições, sendo que as empresas com governança forte são mais propensas a tomar decisões informadas e sustentáveis, além de ter processos mais eficientes de integração e melhor comunicação.
*Alexandra Visconti, head de Marketing e RH da Beyondsoft Brasil.