
O Tarifaço de Trump –
As áreas de compras de Tecnologia da Informação e Comunicações do governo ainda aguardam os desdobramentos da crise tarifária com os EUA. Mas de alguma forma já começaram a debater internamente quais os impactos que terão, no caso do presidente Donald Trump realmente aplicar um aumento de 50% nas tarifas de importações brasileiras.
Isso poderá gerar a reciprocidade da parte do Brasil nas importações de bens e serviços norte-americanos, elevando os preços nas áreas de TICs.
Telecomunicações
Em Telecomunicações os impactos poderão ser mínimos em termos de fornecimento de bens para as redes governamentais, que em sua maioria são operadas pelas empresas de telefonia e estas trabalham com equipamentos chineses. Até o Governo Bolsonaro, cerca de 60% das redes de telecomunicações trabalhavam com equipamentos chineses, que detém entre 24% a 26% do mercado, o maior fornecedor.
Software e Hardware
Já nas áreas de software e hardware uma eventual reciprocidade tarifária aplicada pelo Brasil contra os EUA poderá elevar o custo das aquisições de bens e serviços junto aos norte-americanos. Ainda é cedo, mas já há quem diga que, se persistir este cenário, não haverá outra saída que não seja adiar projetos e aguardar até que a crise acabe. Em relação ao software, os Estados Undos são os nossos maiores fornecedores, com cerca de 15% do mercado.
Nuvem “Soberana”
Com uma estimativa de que detenha aproximadamente 57% do market share no Brasil, a Amazon Web Services (AWS) será a principal “big tech” a sofrer um eventual abalo nas vendas de serviços de nuvem para o Brasil, caso seja necessário aplicar o princípio da reciprocidade comercial contra os EUA. O segundo a perder com um “contra-tarifaço” seria o Azure da Microsoft que detém aproximadamente 28% do mercado. Outro fornecedor de serviços de nuvem é Google, que vem aumentando sua participação na área governamental. A “nuvem soberana” criada pelo governo com o apoio das estatais de TI (Serpro e Dataprev) já teve um custo estimado para os cofres públicos de R$ 1,2 bilhão; sendo a maior parte (R$ 700 milhões) com desembolso do Serpro.
*Ainda é cedo para avaliar o quadro, mas convém o governo colocar as barbas de molho.
SECOM Digital
A SECOM está com um edital na praça para a contratação de três empresas prestadoras de serviços de comunicação digital, cujo valor total do contrato será de R$ 98.2 milhões; a serem pagos de acordo com a demanda de serviços pelo órgão. A SECOM quer os seguintes serviços das empresas: 1 – prospecção, planejamento, desenvolvimento, implementação de soluções de comunicação digital; 2 – a moderação de conteúdo e de perfis em redes sociais, análise de sentimentos e o desenvolvimento de proposta de estratégia de comunicação nos canais digitais com base na inteligência dos dados colhidos; 3 – a criação e execução técnica de projetos, ações ou produtos de comunicação digital; e 4 – o desenvolvimento e implementação de formas inovadoras de comunicação, destinadas a expandir os efeitos da ação de comunicação digital, em consonância com novas tecnologias. Coisa para gente grande, não é para empresa de fundo de quintal.
Serpro Coxinha
A regional São Paulo do Serpro anunciou o fechamento de um contrato no valor total de R$ 454,9 mil, que terá vigência até 2030, com a Full House Buffet Produções de Eventos Ltda. O custo anual estimado para a empresa fornecer “serviços contínuos de Buffet sob demanda” para a estatal será de R$ 90 mil. Haja coxinha de frango para comemorar sabe-se lá o quê. Em tempo: a página do Instagram desta empresa não é clara sobre os serviços que prestará para os marmanjos do Serpro. Só para os filhos deles.
SECOM no Cabide
Fiquem tranquilos quanto à Comunicação do Governo Lula, pois além de gastar R$ 98,2 milhões com três agências digitais, o publicitário Sidônio Palmeira acabou de contratar uma “especialista” para trabalhar de “Coordenadora, da Coordenação de Políticas de Promoção da Diversidade e Pluralismo, da Coordenação-Geral de Promoção da Diversidade e Pluralismo, do Departamento de Promoção da Liberdade de Expressão, da Secretaria de Políticas Digitais, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República“. Chique!
Latifundiário Amorim
Não convidem para a mesma mesa o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile e o presidente do Serpro, Alexandre Amorim. Certamente os dois irão se atracar. Ainda mais se Stedile souber que, para Amorim, existem “ocupações” boas e outras ruins. Um exemplo de “ocupação boa”, para o presidente do Serpro será o do novo hub de inovação da estatal na regional de Belo Horizonte (MG), onde ele espera ampla participação de todos que estejam envolvidos com o desenvolvimento tecnológico do país, inclusive os estudantes.
Já “ocupação ruim” ele não disse exatamente o que seria. Mas em se tratando de alguém que foi nomeado pelo “PT de Ararandré” (mistura de Araraquara e Santo André, onde a presença petista é forte), não tem como não vincular a declaração com o termo usado pelo MST contra a paulistada latifundiária que odeia a Reforma Agrária. E sempre trata “ocupação” como sendo “invasão”. Por via das dúvidas é melhor deixar os dois a uma certa distância regulamentar.
O Guru Avisou
Em fevereiro deste ano o Futurista e Humanista Digital, além de um amigo de longas eras, Gilberto Lima Jr; previu que as big techs ainda aprontariam contra o Brasil. Que o nosso país seria uma espécie “grande campo de teste global para o Lobby do Vale do Silício contra a regulação de suas atividades”. Gilberto acertou, pelos longos anos de experiência que tem na área de tecnologia, agregada com a experiência que acumulou na Apex. Quem desejar ler o artigo dele é só clicar no link: https://tecnologia.ig.com.br/colunas/gilberto-namastech/2025-07-20/o-tarifaco-de-trump-sobre-o-brasil-e-o-que-mais-vem-por-ai.html
*Imagens extraídas da Internet.