Um fato inusitado ocorreu ontem (03), durante a audiência pública da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, que debateu programa de conectividade nas escolas públicas com recursos do leilão do 5G. Sem acusar formalmente ninguém, a atual presidente da EACE – Entidade Administradora da Conectividade de Escolas, Paula Martins, deixou a entender que o seu antecessor pode ter praticado um suposto sobrepreço na compra de computadores com a fabricante Positivo.
Isso ocorreu quando ela alegou que obteve uma redução de 27% no valor das máquinas que já estavam negociadas com a EACE, após assumir a presidência da entidade. Paula substituiu a Maxwell Vieira, que ficou pouco mais de 10 meses no cargo entre abril e dezembro de 2022.
Ao responder perguntas do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que presidiu a audiência pública, Paula Martins alegou que o atraso no cronograma do programa de conectividade nas escolas se deveu à entrega dos equipamentos. “Mas foi um atraso muito bom”, justificou. Sem, contudo, explicar o motivo da empresa ter aceitado reduzir em 27% o preço final dos equipamentos para escolas públicas depois da mudança de gestão.
Paula não apenas deixou o antecessor com o encargo de explicar por que comprou computadores 27% mais caros que ela, assim como jogou para o colo do Gape, a responsabilidade pelo atraso que ocorreu na implantação da fase dois do projeto de conexão das escolas com recursos do 5G.
Segundo ela a EACE está pronta desde junho para operar a fase dois, mas aguarda o parecer do Gape. Aparentando nervosismo Paula ainda foi auxiliada por alguém, que soprou uma resposta sobre a responsabilidade do atraso para a troca na presidência da entidade.