O presidente da BBTS, Flávio Augusto Corrêa Basilio, já pode ostentar em seu currículo um feito histórico, que ficará marcado nos Anais da Administração Bolsonaro: despejou a pequena Associação dos Empregados da Cobra (AEC), criada há 44 anos, quando a empresa ainda se chamava “Cobra Tecnologia” e era a representação do sonho dos militares de o Brasil ter uma indústria de PCs.
Não houve nenhuma explicação para a decisão intempestiva de encerrar agora um convênio assinado em 2020, com data para encerrar o acordo em 2025, que liberava um pequeno espaço de convivência dos trabalhadores dentro das dependências da empresa em Jacarepaguá no Rio de Janeiro. A casinha construída para funcionamento da AEC, inclusive, saiu do bolso dos funcionários. Não foi usado dinheiro público para a construção dela.
Os funcionários têm agora 30 dias para desocupar o “imóvel”, e resta saber o que será feito com tão grandioso “empreendimento imobiliário” situado nas dependências da BBTS. Dado o tamanho da casinha, provavelmente irá ser utilizada como “dormitório” para o batalhão de funcionários terceirizados que hoje trabalham nas dependências da BBTs. Que, pela distância da empresa, situada nos confins de Jacarepaguá (RJ), sempre foi um problema de deslocamento em determinados horários do dia.
Independentemente do uso, o despejo da AEC após 44 anos é o coroamento de uma política deste governo de desmantelamento de empresas estatais. A BBTS hoje já aparenta ser uma empresa privada se considerado o tamanho da sua força de trabalho terceirizada. Só não foi vendida ainda pelo Banco do Brasil porque lhe é conveniente, já que opera como uma espécie de “barriga de aluguel” na contratação paralela de bens e serviços privados de TI. Além disso, sempre foi utilizada pela TI do BB como uma espécie de “cemitério de elefantes”; funcionários que por alguma razão caíram em desgraça política dentro do banco.