Soube que o presidente da Dataprev, Gustavo Canuto, esteve na Casa Civil semana passada, para se gabar de um lucro de R$ 260 milhões da estatal. Curioso isso, pois parece que ele se esqueceu de explicar, já que ninguém cobrou lá, que esse desempenho surpreendente se deve ao fato da empresa andar produzindo bolhas de crescimento através de um processo de represamento orçamentário, que ainda levará a estatal ao sucateamento.
Para se ter uma ideia, Canuto não gastou nem o que tinha em caixa, por exemplo, no orçamento de investimento. Só executou R$ 44 milhões no ano passado, de um total previsto para investimentos da ordem de R$ 250 milhões.
Talvez isso explique as razões para a Dataprev ter caído no índice de governança apresentado em dezembro pelo Ministério da Economia na 5ª Certificação do Indicador de Governança IG-Sest. A empresa, que no 4º Ciclo estava no nível 1, passou agora para o nível 2 desse indicador, que avalia, por exemplo, transparência, gerenciamento de riscos e controles, relatórios anuais de atividades de auditoria interna; ouvidoria ou canal de denúncia; código de conduta e integridade.
Aliás, todos indicadores sob a responsabilidade da diretora de Governança Corporativa e Jurídica, Isabel Machado dos Santos. Cria do senador Flávio Bolsonaro, Isabel manda mais que Canuto e o Centrão, que morreu na praia na indicação de Matheus Belin para a presidência da empresa no ano passado.