Caio e Christiane fogem de audiência para não debater privatizações com Rodrigo Assumpção

No início da noite desta quarta-feira, dia 28, os presidentes do Serpro, Caio Paes de Andrade e da Dataprev, Christiane Edington, fizeram chegar à Mesa da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados um comunicado, no qual alegavam outros compromissos que impediriam a presença deles na audiência para ser debatida a privatização das duas estatais.

A razão para ambos tomarem a decisão de fugir do debate com os deputados é no mínimo curiosa. Pois foi tomada após saberem que o ex-presidente da Dataprev, Rodrigo Ortiz Assumpção, indicado pela Fenadados, com a anuência de todos os sindicatos, estaria presente para fazer o contraditório em relação à proposta governamental de privatizar o Serpro e a Dataprev.

A audiência estava marcada para esta quinta-feira (29) às 10 horas, na CCTCI. E dela também participaria o presidente do Datasus, empresa que nem figura na relação das 17 estatais que serão estudadas pelo governo para um eventual processo de privatização.

A indicação da Fenadados/sindicatos do nome de Rodrigo Assumpção para a audiência pública foi levada pelo deputado Marcio Jerry (PCdoB-MA). O deputado defendia que o debate somente teria sentido se houvesse na mesa alguém que pudesse estabelecer argumentações contrárias à proposta de privatizações do Serpro e da Dataprev.

Jerry chegou a consultar o deputado General Peternelli (PSL-SP) se haveria da parte dele alguma restrição. E recebeu como resposta que, como autor do requerimento de audiência, não via nenhum problema. Entendia que a presença de Assumpção apenas elevaria o debate, dando aos deputados da CCTCI maiores elementos para avaliar os prós e contras da privatização.

Porém, ao tomarem conhecimento da indicação de Rodrigo Assumpção para o debate, Caio Paes de Andrade e Christiane Edington trataram de cancelar a presença na audiência, que até então seria apenas um bom palanque para eles venderem as maravilhas da venda de empresas públicas de tecnologia.

Com o cancelamento desse encontro marcado para amanhã, a tendência é de que na CCTCI jamais seja debatido o tema privatização de empresas estatais de TI. Com a agenda cheia de outros eventos já aprovados, a comissão tem a desculpa ideal para salvar a pele dos dois executivos fujões. Que fatalmente seriam demolidos se partissem para um confronto direto com Rodrigo Assumpção.