Não faltam cursos sobre marketing online. Muitas plataformas oferecem seus próprios cursos de “mídia”. O resultado disso é uma enormidade de ‘social media’ formado por cursos online cheios de dicas e insights de folhetim (para usar um termo offline e pirar alguns coachs do momento).
De cara, as dicas “quentes” vão te ensinar como conseguir mais seguidores. A resposta rápida é: pagando. Para a própria plataforma ou para um aplicativo. Recomendo o texto do Bruno Garatonni sobre isso na Superinteressante. Outra dica sugestão do momento são influenciadores. Receita do momento para vender qualquer coisa. Só que não.
Vocês precisam saber três coisas antes de apostar numa estratégia de mídia digital. A primeira é que investimentos em internet e ficar na boca do povo (gerar buzz ou viralização) pode não ser bom para você, gafanhoto. A não ser que você tenha nascido uma Kardashian.
Nem sempre ter um post ou anúncio visualizado milhares de vezes traz retorno real para seu negócio. Você precisa ter estratégia, saber o que falar e para quem falar.
Vamos fingir que as redes sociais são o gênio da lâmpada do Aladdin e realizasse o desejo da visibilidade e esta resultasse em encomendas ou mesmo em contato direto para seu negócio. Será que congestionaria seus canais de atendimento? Dispersaria a equipe (que, atualmente, provavelmente já é enxuta). Será que isso não afetaria o atendimento da demanda dos clientes antigos?
Poderia ser desastroso para a reputação de um negócio sustentável, que apenas quer crescer. E reputação é o maior valor (ou asset como preferem os coachs) atualmente a ser conquistado.
O segundo problema das dicas dos marqueteiros digitais sem formação adequada – isso exige formação contínua, muitos cursos e não é barato – é justamente o pulo do gato. As plataformas estão em constante mudanças. Algumas delas, como o Facebook e o Instagram, fazem mudanças contínuas em seus algoritmos quase que mensalmente. Para regular desde o alcance dos posts até mesmo o jeito como anúncios são mostrados. Se você não tiver um profissional que entende de comunicação e a lógica da plataforma, já era. Dinheiro desperdiçado até ele se achar nos fóruns de debate sobre os bugs das publicações.
O terceiro ponto e o mais importante é que a estratégia para fazer com que uma empresa (ou um prestador de serviços) tenha mais negócios em tempo de crise como a atual tem dois pilares: otimização de recursos e a escolha do local de fala ideal. Não adianta fazer uma promoção no Instagram para vender mais se você não tem capacidade de atendimento. Ou se seu alvo é um CEO de compras sem tempo para ficar se atualizando nas redes sociais. O pulo do gato pode ser completamente offline.
Um bônus para este texto é, para mim, o maior argumento sobre ponderação em mídias digitais. Likes, seguidores, número de visualizações e muitas otras cositas más podem ser comprados facilmente dentro das plataformas. Um profissional picareta pode simplesmente te enganar. Então, busque alguém ou uma empresa que te “dê segurança, senão você dança“.
A única coisa que a internet pode realmente ajudar a fazer mais negócios ou na construção da sua marca é a capacidade que você tiver de fazer conexões reais com seus clientes/público. Você não precisa de seguidores ou visualizações. Precisa de gente real, que te admira e quer ouvir/ver o que você postar. Na internet, a qualidade das conexões e do seu conteúdo são mais decisivos na hora de conquistar novos clientes ou negócios.