Esse post não tem viés político.
Apenas quero fazer algumas considerações como observador do cenário político, do ponto de vista de quem “trabalha” na Tecnologia da Informação, como repórter.
Estamos assistindo um fenômeno nas redes sociais: a criação de um movimento de mulheres, eleitoras, contra os ideais que representam um candidato à presidente da República.
Fazer oposição contra esse candidato elas já faziam em suas páginas no Facebook. A novidade foi terem se juntado para exercer essa militância, o que acabou gerando a união de mais de 2 milhões de mulheres. Movimento que continua crescendo.
Ok, sem entrar no mérito se isso é bom ou ruim, passo a levantar a questão que interessa.
No cenário atual, temos mais de 2 milhões de perfis de mulheres, que juntas decidiram combater um candidato. Temos ali nomes, endereços, telefones, e-mails, profissões e uma infindável gama de informações sobre o que elas gostam, o que costumam consumir, etc.
Faço as seguintes perguntas:
1 – E quando passar a eleição, o que o Facebook fará com esse big data oferecido de graça para o seu departamento comercial?
2 – Independentemente de ser o Facebook, ou não, o que impede hoje as empresas do mundo digital especializadas no assunto, de começarem a garimpar e trabalhar esses dados, criando grandes bancos de dados voltados para o comercio eletrônico?
Temos uma nova legislação sobre proteção de dados pessoais. Mas indago dos advogados especializados no mundo digital: há como proteger essas mulheres de algo que elas mesmo ofereceram ao mercado, por militância política?
Além disso, tal movimento gerou novos movimentos em sentido contrário, à favor do candidato em questão. Ou seja, mais big datas estão surgindo livremente numa rede social, para alegria de quem trabalha para o comércio eletrônico.
* É um assunto interessante que ainda não vi debatido pelos especialistas jurídicos e de TI, mas gostaria de ouvi-los sobre essa questão.