Li em conceituada coluna do colega Vicente Nunes, do Correio Braziliense, comentário dele com base no que ouviu de dentro do Serpro (provavelmente): “que o PT deixou uma situação de terra arrasada” na estatal.
Em seguida, vem a justificativa para esse cenário traçado: um dos nomes cotados seria o de Glória Guimarães para assumir a presidência da estatal.
Não tenho procuração para defender Mazoni, ele cometeu os seus erros, sobretudo no início de sua gestão, ao confiar em gente que não tinha nenhum compromisso com as contas da estatal como Vera Morais.
Mas na “era Mazoni”, o Serpro nunca conheceu ou experimentou tanto prestígio junto ao governo. Nunca foi considerada a empresa de TI do governo federal e requisitada por ele com tanta veemência, ao ponto de incomodar o setor privado de TI, acostumado a terceirizar serviços ao triplo do preço da estatal, com resultados quase sempre duvidosos.
Mazoni paga o preço da “fadiga de material” que o seu partido vinha sofrendo após 13 longos anos comandando o país. E perdeu prestígio na empresa quando a desastrada política econômica, que privilegiou gastos públicos sem nenhum freio ou controle, gerou dívidas astronômicas no setor público, que acabaram se refletindo na estatal.
Que apesar disso mantinha seu profissionalismo e continuava prestando os serviços com qualidade.
As dívidas do Serpro não são fruto de gastança. Mas, sim, da falta de responsabilidade fiscal de um governo que pendurava contas na empresa, enquanto continuava exigindo dela qualidade na execução de novos serviços. Seus investimentos ao longo dos anos foram minguando sim, mas não por decisão da direção da empresa.
Os investimentos foram desaparecendo na mesma proporção que o governo petista também vinha pendurando contas em todos os cantos da economia brasileira. Na contramão dos números econômicos lançava programas desnecessários e perdulários, sobretudo quando se pensava apenas em lança-los para ganhar eleições.
Independentemente disso, Mazoni será sempre julgado por aquilo que fez ou deixou de fazer dentro do Serpro. Seu papel na História da empresa já está reservado. E o tempo se encarregará de reabilitá-lo ou não.
Quanto ao futuro do Serpro? Este capítulo eu deixarei para escrever tão logo se confirme ou não o nome de Glória Guimarães para a empresa. Deus queira que não seja apenas pelo fato de “ser mulher” como explicou o colunista. Isso além de ter conotação machista, não condiz com o currículo dela, que eu reputo ser bom.
Se ela é o ideal para a empresa? veremos.
Faço severa restrição à presença dela no Serpro e não vejo com bons olhos a situação dos seus empregados. Glória, se emplacar, vem para executar um pacote de maldades. Algumas em favor de reabrir o mercado para as empresas privadas, em detrimento da presença estatal. O “Estado Mínimo” voltará pelas mãos de Glória, se ela aceitar esse desafio. E aí, sim, ela não é “mulher” de fugir deles.
* Neste momento, o futuro do Serpro, como ele é hoje ou foi concebido está em jogo. Quem viver verá.