Por meio da “Inexigibilidade de Licitação” – provavelmente sob o argumento da “notória especialização” ou da ‘inviabilidade de competição” – a Gerência de Planejamento, Modelagem e Compras Brasília, do Banco do Brasil, decidiu gastar R$ 430,3 milhões com software da IBM.
De acordo com o Objeto da compra, o BB apenas está adquidindo direito de uso temporário e permanente “de softwares, subscrição e suporte técnico de softwares instalados nos ambientes de processamento do Banco do Brasil, incluído Suporte Customizado de Software – Apoio ao Desenvolvimento de Soluções e de Infra-Estrutura”.
Alguns fatos estranhos para esta compra intempestiva:
1 – A publicação da ratificação no Diário Oficial da União ocorreu no dia 24 de dezembro, em pleno Natal. Mas a assinatura do contrato pode esperar pelo fim da festa; só ocorreu no dia 28 de dezembro.
2 – Comprar software da IBM para usar no mesmo ambiente não é crime. É óbvio. Mas não existe nenhuma empresa no país, capaz de realizar os serviços inerentes ao software? Precisa ser a própria IBM?
3 – É a segunda vez que o BB adquire produtos e serviços da IBM em montantes fora do comum. Lá pelos idos de 2004/2055 – mais precisamente durante a gestão do vice-presidente de Tecnologia, Cerqueira Cesar – o Banco do Brasil adquiriu mais de R$ 500 milhões, sendo uns R$ 300 milhões em servidores e uns R$ 200 milhões em software e serviços.
Me lembro que na época a coisa tomou proporções de um verdadeiro escândalo dentro do banco e contribuiu para o jogo de pressão que veio em seguida, com o objetivo de destituição do executivo deste cargo.
Desta vez o BB adquire por quase o mesmo valor, apenas licenças de software e serviços, num momento em que o dólar está bem mais baixo e todo o mercado está desmobilizado, partindo para comemorar o Natal.
* Que explicações dará o atual vice-presidente de Tecnologia, Geraldo Dezena?