Preparem-se para ver empresas até ontem sólidas partirem para a recuperação judicial. O sinal de quebradeira no setor de informática é sério e mentem aqueles que disserem que estão bem, se dependerem de pagamentos do governo na sua contabilidade.
O governo não paga, nem às empresas estatais. A ordem é continuar “pedalando”, apesar de até a presidenta Dilma já sofrer novo ataque da oposição que deseja o afastamento dela do cargo.
Até ontem acreditava que se tratava de falta de dinheiro no governo. Agora penso que não. É ajuste fiscal mesmo, o mais cruel da história, porque desta vez não poupa nem o setor privado, que recebia pelos serviços prestados.
Já são pelo menos uns oito meses de atrasos constantes nos pagamentos do cliente às empresas particulares e estatais. Esse passivo acabará estourando nas costas dos trabalhadores com a vinda da demisão em massa.
Os sindicatos sabem e ficam calados, enquanto as empresas não demitirem não há muito o que fazer. Mas a gritaria está para chegar também nos trabalhadores, inclusive os estatais.
O governo vem sinalizando que pretende trabalhar em 2015 com o orçamento de 2013. Ou seja, muito mais barato e com uma inflação de o quê? 4% ou 4,5% na época?
Os trabalhadores estatais que se preparem: quem trabalha com um orçamento de 2013, trabalha com reajuste de salários no mesmo patamar. Afinal de contas, os salários são orçados pelo governo de acordo com a inflação do período.
E se vão trabalhar com o de dois anos atrás, significa que o reajuste desse ano expurgará a inflação de 2014 e nem projetará a de 2015 – hoje na casa dos 8%.
* Sejam bem vindos ao inferno de Levy.