Soube que durou exatos 14 minutos a Assembléia Extraordinária dos trabalhadores de Ti das empresas particulares de Brasília. Um recorde nacional.
Comandada pelo senhor Claudinei Pimentel da Rocha Lopes, não por acaso, funcionário da Poliedro, a mesma empresa, cuja presidente do SINDESEI (os patrões) é a empresária Suely Nakao, ele fez tudo conforme o figurino.
Abriu a assembléia, não deixou ninguém ponderar sobre uma eventual renegociação do ACT, apresentando proposta diferente da que foi estabelecida pelo próprio sindicato e deu por encerrada a questão.
Agora o SINDPD-DF provavelmente irá na próxima segunda-feira colocar meia dúzia de gatos pingados nas ruas, numa greve suicida, para dar à empresária Suely Nakao o direito de entrar com o dissídio coletivo, quando um juiz irá julgar a questão.
Sobre esse ponto de vista, na minha humilde opinião vejo duas questões a serem consideradas. Primeiro, independentemente da greve ter sido um blefe montado pelo sindicato, dela não ter sido rediscutida ontem, dela somente atender aos interesses de Avel de Alencar e Suely Nakao (as razões vocês já sabem porque), ela foi extraída como decisão de uma Assembléia e quer vocês trabalhadores queiram ou não, agora terão de cumprir.
Foram vocês mesmos que votaram pelo movimento, portanto, agora cumpram a decisão e assumam as consequências desse ato tresloucado ocorrido lá atrás.
Depois, outra questão a ser definida por vocês mesmos: Uma greve deflagrada por 400 a 500 trabalhadores de TI será fielmente cumprida pelos 10 mil, 20 mil, 50 mil ( sei lá) trabalhadores? Se for, ótimo. Irão para um dissídio com mais força do que teriam com apenas 500 pleiteantes – independentemente também de passar o recolhimento de 1% da folha para a Faculdade de Avel.
Se não for cumprida pela maioria, então nem mesmo esses 500 (supondo) representam os interesses dos demais. Vocês terão que algum dia sentar e avaliar qual o futuro de vocês nos próximos acordos e quem irá gerir esse futuro. Essa é a questão a ser discutida, depois dessa greve pelos trabalhadores, sindicalizados ou não.
E as duas perguntas que vocês terão de fazer a si mesmos são:
1- O SINDPD-DF como entidade sindical tem legitimidade para continuar a defender os interesses da categoria?
2 – Os trabalhadores de Brasília continuarão a convalidar os desvios éticos e morais de certos dirigentes sindicais, que estão se locupletando do imposto sindical e da folha de pagamento das empresas de TI da capital?
Entendam que eu coloco duas questões diferentes: Uma é se o sindicato, em si, representa vocês. A outra é se os atuais integrantes desse sindicato tem postura moral para representá-los.
O resto é com vocês.