Ficou nos discursos acalorados de Aloizio Mercadante, como coordenador da Transição, as poucas informações oficiais sobre a real situação das áreas de Tecnologia da Informação e Comunicações do governo federal. Algumas são inclusive conflitantes, quando se trata de avaliar recursos orçamentários, o que encontrarão em caixa para usar em políticas públicas. Algumas propostas anunciadas na imprensa são tão estapafúrdias, que mostram como o PT está envelhecido nos seus quadros, sem nenhum contato com a realidade brasileira.
Embromation 2023
Este é o prêmio que este blog concede ao ex-deputado e candidato a qualquer cargo vago no governo, Jorge Bittar, do GT de Comunicações. Para garantir o “Bolsa Internet”, ele acha ser possível zerar o ICMS das teles e garantir o acesso à rede para os 25 milhões de cadastrados do CadÚnico. Não apresentou nenhuma conta do que isso pode significar em termos de renúncia de receitas do imposto aos Estados. Nem tampouco disse que mágica fará para convencer os governadores a abrirem mão desse dinheiro. Bittar é um pândego.
Se querem “incluir”
Por que Jorge Bittar não propõe o fim da assinatura básica na telefonia fixa, em torno de R$ 42; que ainda pinga na conta de todo mundo que insiste em usar o serviço? Essa tungada na conta do brasileiro vem da época da privatização, quando as teles alegaram que precisavam do dinheiro para aplicar na construção de novas redes de telefonia. Já deu tempo delas construírem, não acham? Aí está uma equipe de Transição preocupada com o povão carente de Internet.
Não ganhou crachá?
Esses petistas ingratos não te deram nem um crachá para você curtir com os amigos? Lembrar que por um breve momento você chegou a ser do Governo Lula? Pois seus problemas acabaram. Apresentamos o “Transitator Tabajara”. Imprima, coloque a foto e plastifique!
*Este blog ‘agarantie’.
Efeito Mercadante
Tem um bando de gente desanimada com a possibilidade de emplacar uma vaguinha nas diretorias de estatais de TI/Telecom, depois que Lula anunciou Mercadante na presidência do BNDES. Pois se ele tiver de mexer na Lei das Estatais para dar um empreguinho ao presidente da Fundação Perseu Abramo, terá de abrir a porteira para diversos políticos sem mandatos do Centrão nessas empresas. A concorrência vai ser dura!
Datacenter
Embora estejam torcendo o nariz para os projetos de nuvem no atual governo, os técnicos da transição não estão apostando na possibilidade de reativar datacenters em todo o governo. O custo será alto demais não apenas para adquirir novas máquinas, mas para a atualizar o parque que não teve investimento nos últimos anos. Essa encruzilhada somente será definida lá na frente com os novos ministros.
Central de Compras
Há um sentimento ainda não cristalizado, de que a atual equipe da Central de Compras deverá ficar no próximo governo, provavelmente no novo Ministério da Gestão a ser criado. Se quiser. E poderá ser fortemente demandada para dar ideias sobre como enxugar o atual gasto estimado em R$ 12 bilhões com TICs, que a transição encontrou nos contatos que fez com os principais entes do governo.
Cadê a TI Haddad?
O novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reclama de falhas nos cadastros do governo para pagamento de auxílios. Um indicativo de falha na TI responsável por fazer o batimento dos nomes nos diversos sistemas que carregam informações sobre cada brasileiro. Mas em nenhum momento fala em reivindicar a permanência da Secretaria de Governo Digital na sua pasta. Que seria a instância para regularizar essa integração de sistemas. Como ninguém pergunta isso para ele, a SGD fica no vácuo, sendo disputada por diversas mãos partidárias.
Assanhados
Tem uma série de “cientistas” doidos para pegar uma boca no Ministério da Ciência e Tecnologia. Assim como na diretoria da Finep. Aliás, para essa diretoria o que não falta é político do PT carioca interessado. Volta e meia me perguntam o que eu acho disso. Respondo que não acho nada. Quem tem de achar alguma coisa é o próximo ministro. Mas se ele me perguntasse o que penso sobre certos candidatos que ouço por aí, diria que alguns mereciam ganhar um confortável “gabinete” na Penitenciária da Papuda, em Brasília.