On técnicos do GT de Ciência e Tecnologia da Transição comandados pelo ex-presidente da Dataprev, André Leandro Magalhães, saíram da reunião com o DATASUS com a pulga atrás da orelha. Após fazerem um balanção do tipo “PowerPoint”, os representantes do órgão teriam se enrolado para explicar a perda dos bancos de dados do Ministério da Saúde após um ataque hacker. Segundo a equipe da transição, os técnicos do DATASUS começaram garantindo que não perderam os dados, mas depois se enrolaram para explicar o motivo deles não estarem disponíveis para consulta pública. Terão de colocar no papel, com os respectivos CPFs assinados, as informações que prestaram de boca para a equipe da Transição. Salve-se quem puder!
Apagão da faturas
Outra questão levantada pelo DATASUS que terá de ser explicada nos detalhes. Segundo os representantes do órgão do Ministério da Saúde, durante o ataque hacker “empresas parceiras” teriam se oferecido para ajudar na recuperação dos dados perdidos em função de um ataque de ransomware. Indagado pelos técnicos da Transição quanto foi pago pelos serviços extras, o DATASUS não soube explicar, não tinha a informação pronta. Isso acendeu um sinal de alerta na equipe, pois o próximo governo poderá acabar sendo surpreendido com faturas de empresas que prestaram serviços com expectativa futura de pagamento, após acordos feitos de boca pelo DATASUS na atual gestão.
Encontro com a SGD
A equipe do GT de Ciência e Tecnologia também já se reuniu com a Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia. Após ouvir uma longuíssima apresentação dos representantes do ministério, os técnicos da transição também cobraram documentos que atestem tudo o que foi dito. Não quiseram por hora fazer uma avaliação geral dos resultados, mas garantem que não ficaram totalmente satisfeitos com as respostas a alguns temas. Segundo eles, há alguns pontos não bem esclarecidos como a duplicidade de nuvem no governo ( Serpro tem a sua e concorre diretamente com a da SGD), questões de segurança na rede gov.br; além de outros assuntos. Vão aguardar os documentos.
Serpro: cafezinho e relatório de gestão
A equipe da transição desembarcou hoje no Serpro. Foi recebida pelo presidente, Gileno Gurjão Barreto. O encontro foi cordial e a equipe recebeu um relatório de gestão da estatal. O presidente do Serpro achou que isso enrolaria os técnicos que fazem o diagnóstico da TI federal para o próximo governo, mas não chegou nem perto. Foi convidado a entregar toda a documentação já solicitada pela transição conforme determina a lei.
GT de Comunicações
Nada de novo no front. Querem regular as plataformas de Internet e falam e taxar o serviço, sem explicar qual o impacto disso para os usuários. Existe uma estimativa no mercado que considera que o governo poderia por as mãos em novas receitas anuais da ordem de R$ 3 bilhões, caso obrigue as plataformas a pagarem, por exemplo, uma “taxa de fiscalização”, que seria exercida pela Anatel. Também não informam claramente, se querem atender ao principal pedido das teles sempre amigas: criar um dispositivo regulatório que obrigue as plataformas a pagarem pelo uso que fazem das redes de Telecomunicações. Esse é o verdadeiro interesse do GT de Comunicações de Paulo Bernardo, Cezar Alvarez e Jorge Bittar. O resto é confete.
Vazamentos
Por ordem do vice-presidente e Coordenador-Geral da Transição, Geraldo Alckmin, todos os “drives” que armazenam informações dos Grupos de Trabalho da Transição estão fechados e somente quem tenha credencial especial de acesso poderá abrir os arquivos. Esperam com isso que os vazamentos desapareçam. Duvideodó.
*Basta lerem no dia seguinte os grandes jornais para saber o que o próximo governo pretende fazer em diversas áreas. Não precisa acessar algum banco de dados. É só ficar na portaria principal do Centro Cultural do Banco do Brasil que sempre tem um “voluntário” disponível para falar sobre o que andam estudando lá dentro na Transição.