O Grupo de Trabalho da área de Saúde da equipe de Transição do Governo Lula mostrou hoje (25), a situação de descalabro técnico/administrativo na área de informática do Ministério da Saúde. Não há dados disponíveis em diversas áreas como, por exemplo, qual o estoque de vacinas de Covid-19, quantos lotes vencem até o fim do ano e as necessidades futuras de imunizantes. Os dados obtidos pela equipe para chegar a tal conclusão foram obtidos junto ao Tribunal de Contas da União e nas secretarias estaduais e municipais de Saúde, já que os bancos de dados do ministério estão totalmente desatualizados.
O diagnóstico prévio foi feito hoje (25) por três ex-ministros da Saúde (Arthur Chioro, Humberto Costa e José Gomes Temporão) que participam do GT de Saúde. Eles estavam acompanhados pelo Coordenador da Transição, Aloizio Mercadante. Os ex-ministros deixaram claro que estão trabalhando no escuro, diante da precariedade de informações do DATASUS, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
Com base nas auditorias do TCU, ficou constatado que a precariedade dos dados disponíveis na Saúde impedia até que os auditores pudessem informar dados sobre morbidade (doenças adquiridas) e mortalidade relacionados à síndrome pós-Covid/19; sobre a gestão de estoques de vacinas; sobre o déficit de atendimento em diversas modalidades médicas que vêm gerando enormes filas; etc. O ex-ministro Arthur Chioro não poupou críticas ao Governo Bolsonaro.
Esse apagão de informações vem sendo constatado pela imprensa desde que o Ministério da Saúde foi vítima de um ataque hacker nos sistemas do DATASUS. Caso até hoje não explicado claramente sobre o impacto que isso causou para a base de dados do órgão. Mas após esse incidente de segurança, nunca mais o Ministério da Saúde forneceu informações confiáveis sobre Covid-19 e sobre outras áreas de sua gestão.