Telebrasil volta a cobrar presença das OTTs nos investimentos de rede

Ao discursar na abertura do Painel Telebrasil, que está sendo realizado a partir de hoje em Brasília, o presidente da entidade, Alberto Griselli, destacou que a recente reorganização do setor adotada pelo governo na questão regulatória e a decisão tomada com a solução para a venda da Oi representaram avanços e evolução para o setor que serão sentidas nos próximos anos. “São conquistas nestes últimos meses que serão sentidas no futuro”, destacou.

Griselli também comentou que o leilão das frequências do 5G, em que o Brasil adotou um modelo não arrecadatório de venda de licenças, priorizando investimentos em novas redes, irá alavancar a economia brasileira nos próximos anos devido à grande demanda por novos serviços a serem criadas pela rede de altíssima velocidade.

Porém, sua maior preocupação é de que as novas frequências exigirão e terão como pano de fundo, uma rediscussão do fim da neutralidade de rede, antiga reivindicação do setor após a implantação do Marco Civil da Internet.

O presidente da Telebrasil também fez um balanço das atividades do setor nos últimos 12 meses e estima que até o próximo ano os investimentos no mundo deverão alcançar a cifra de US$ 180 bilhões, enquanto que nos próximos cinco anos deverá saltar para algo em torno de US$ 1 trilhão, levando em conta toda a construção da rede da quinta geração da telefonia móvel.

Griselli aproveitou a abertura do evento para recitar um velho mantra do setor de telecomunicações: a assimetria de faturamento x investimentos com as OTTs, que ganham muito dinheiro se valendo das redes de telecomunicações, mas não investem nenhum centavo para manter a infraestrutura, encargo que fica com as empresas de telefonia.