Hoje o portal Convergência Digital informa que a Telebras desistiu de comprar capacidade em cabo submarino, em nova queda de braços com o Ministério da Economia. Dede que foi transformada em “estatal dependente” de recursos do Orçamento Geral da União, o que acabou de vez com os constantes “aumentos de capital” para custear os seus gastos, a empresa vem entrando em conflitos com a área econômica.
E isso levanta uma questão que merece um debate mais aprofundado: ainda precisamos da Telebras?
Sou um defensor do modelo estatal, mas não necessariamente da presença de estatais que não fazem sentido algum para o país. A Telebras, a meu ver, é uma delas.
Desde Rogério Santanna, o primeiro presidente após a reativação desta estatal, em 2010, o que eu vejo é uma empresa sem rumo ou foco, que não apresentou nenhum benefício claro para justificar a volta da sua existência.
Quando foi criada o foco seria prestar serviços de rede em municípios que as teles não chegavam, por entenderem que não havia lucro a ser auferido com isso. Ainda no Governo Dilma, para atender as teles, que não engoliam a presença estatal, a Telebras foi jogada no limbo político, sem definição clara do seu papel.
E partiu para projetos de retorno duvidosos, como no caso do satélite geoestacionário, que já consumiu bilhões de reais sem que se saiba ao certo pra quê, além da questão do uso militar. Agora temos um novo episódio, o do cabo submarino, que nunca saiu dos discursos de ministros e do papel. Vejam a reportagem do Convergência Digital.