Ao contrário de grande parte dos setores da economia, impactados negativamente pela pandemia da Covid-19, o segmento de vendas diretas cresceu e se fortaleceu em 2020. De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) — entidade que reúne as maiores empresas do setor —, o segmento registrou até outubro um crescimento de 9% em relação ao mesmo período de 2019. Já o número de empreendedores independentes saltou 11% no mesmo período.
A razão para o resultado positivo em meio à crise de saúde pública é explicada por uma nova expressão: social selling. Iniciada com o advento do isolamento social causado pelo novo coronavírus e tendência para o ano de 2021, a expressão marca a transformação de todo o processo da venda direta — divulgação, escolha e compra do produto — para a forma on-line, por meio de uma rede de relacionamento via redes sociais, que se conclui com a entrega do produto na casa do cliente, sem a necessidade de encontro físico.
“Já vínhamos incentivando a força de vendas para o uso de ferramentas digitais na divulgação e venda de produtos. Com a possibilidade de ser feita de forma digital, não há mais barreiras. O relacionamento, o cuidado e o carinho da venda direta podem acontecer on-line, com conquista de mais clientes e maior divulgação dos produtos. Se as relações estão cada vez mais digitais, a venda direta segue esse caminho e encontrou solo fértil para crescimento”, explica Adriana Colloca, presidente executiva da ABEVD.
Com a transformação on-line da venda direta, o ano de 2020 pode ser considerado um divisor de águas para o segmento, solidificando a essencialidade do setor, tanto como gerador de renda em um momento financeiro delicado e de alto desemprego, quanto pelo empenho dos empreendedores individuais em levar produtos e serviços de qualidade à grande parte da população isolada em suas residências. Em 2021 é esperado que esse movimento de digitalização se intensifique e abra novas perspectivas de atuação para os empreendedores individuais.
“Nesse momento, de tanto desemprego e queda no poder aquisitivo, a venda direta é uma ótima oportunidade de empreender, com flexibilidade de horário, sem chefe, com grande variedade de boas marcas e produtos e baixo custo de entrada. Agora ainda com a possibilidade de novos clientes on-line. Ou seja, formou-se uma rede de empreendedorismo social, com toda a capilaridade que é característica do setor, dinamizando o poder de alcance desse modelo de negócio”, a presidente executiva da ABEVD.
Perfil dos empreendedores individuais
Em pesquisa realizada pela ABEVD em março de 2020, sobre o perfil dos empreendedores independentes da venda direta, constatou-se que 68,2% dos empreendedores revendem produtos do mercado de cosméticos e cuidados pessoais e 20,6% do mercado de saúde e nutrição. O levantamento também mostrou que 57,8% dos empreendedores se identificam como do sexo feminino e 42,2% do sexo masculino, e cerca de 51% da força de vendas tem renda familiar até R$ 3.135,00. A renda proveniente da venda direta é, em média, 33% do orçamento familiar e 66% alegam que a atividade é uma fonte complementar de renda.
A atividade oferece oportunidades para todos, desde aqueles com nível universitário — parcela crescente de vendedores — até quem tem menos estudo. Atualmente, 41% dos empreendedores já completaram o Ensino Superior e alguns são pós-graduados. Esse modelo de negócio também oferece oportunidades de empreendedorismo para todas as faixas etárias: hoje, a média de idade do empreendedor independente é de 31,9 anos.
*Fonte: Assessoria de Imprensa da ABEVD.