Neste dia 19 de novembro será comemorado em todo o país o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Mas com uma dura realidade: num universo de sete milhões de micro, pequenas, médias e grandes empresas; pesquisadas pela Cortex – voltada para Inteligência de Vendas B2B na América Latina – apenas 14% foram fundadas por uma única mulher. E somente 18% tem somente mulheres como sócias.
Os números da Cortex também apontam para desigualdade nas empresas: apenas 31,5% tem pelo menos uma mulher no quadro societário.
Setores com maior desigualdade
Todos os 16 setores analisados apresentam participação majoritariamente masculina em sociedades de empresas. Dentre os segmentos que têm menos mulheres como sócias de empresas estão Concessionárias de Serviços Essenciais (19,75%), Construção (21,79%) e Tecnologia da Informação (23,80%). Seguidos por entretenimento (26,41%) e Logística (27,32%).
O setor de Tecnologia da Informação é um dos que menos tem mulheres nos quadros societários das empresas. Para Susana Figoli, co-fundadora da Geofusion, empresa referência em inteligência geográfica recém adquirida pela Cortex, a predominância masculina pode ser explicada por diversos fatores, inclusive por questões relacionadas à educação familiar. “É algo cultural no que precisamos evoluir. No momento de escolher uma profissão, nós, mulheres, já chegamos com algumas desvantagens em função do direcionamento que recebemos de nossas famílias e educadores quando ainda crianças.”
Valéria Duarte, co-fundadora da Geofusion, enxerga a presença de mulheres em posições societárias sob as perspectivas social e de negócios: “A diversidade num quadro acionário força a empresa a olhar para a sociedade de forma mais ampla e realista. E isso não só aproxima a empresa das reais necessidades e desejos do consumidor, aumentando o valor do negócio, como também tem o poder de seguir transformando nossa sociedade para que esta seja mais inclusiva e equânime.”
Educação é exemplo
O setor da Educação é o que apresenta melhor média nacional em relação à participação feminina nas sociedades de empresas. O segmento se destaca com uma porcentagem de 49,20% de mulheres sócias em negócios voltados para a aprendizagem. A Saúde é o segundo segmento em que as mulheres mais aparecem como sócias. Ao todo, 45,80% das empresas deste setor apresentam pelo menos uma mulher no quadro societário.
Onde a desigualdade é maior
Os números também apontam desigualdade quando olhamos o recorte dos estados do Brasil. Roraima é o estado que tem menos mulheres sócias de empresas, apenas 30,9%, seguido por Tocantins e Mato Grosso do Sul, com 31,1% e 31,5%, respectivamente. Entretanto, o estado com maior participação feminina em sociedades de empresas é Sergipe, com 35%, uma diferença de menos de 5% entre o primeiro e o último colocados no ranking. Rio de Janeiro é o segundo estado com maior número de mulheres em sociedades de empresas, 34,8%, junto com Maranhão, que soma a mesma porcentagem.
Metodologia da pesquisa
A plataforma Cortex possui uma base única de dados sobre empresas do Brasil, reunindo e cruzando informações de mais de 17 mil fontes locais e globais. Rodando modelos de inteligência artificial, consegue obter informações exclusivas para gerar estudos e entender uma série de dinâmicas de diferentes mercados. Para este estudo, analisou a participação de mulheres como fundadoras e sócias de mais de 7 milhões de empresas brasileiras de porte micro, pequeno, médio e grande. O estudo não contemplou microempreendedores individuais (MEI).
* Com informações da Cortex.
(Imagem extraída da Exame Invest)