Gerente ao tomar conhecimento da ilegalidade, pois fere cláusulas de Acordo Coletivo de Trabalho, se limita a pedir que funcionários apaguem o conteúdo das mensagens.
No dia 10 de julho o analista de sistemas Eimart Jose Alves publicou considerações sobre a adesão de funcionários à contribuição de 50% de um salário/dia para sindicatos, como forma de garantir a sustentabilidade financeira de uma entidade que defende os interesses dos trabalhadores.
Não está em discussão se ele é contra ou a favor da contribuição, não é essa a questão. O problema está em ele ter usado um serviço de mensagens corporativo e espalhado suas considerações em listas de discussões criadas para este fim.
Dentre as quais, existem listas criadas por representantes da própria direção da empresa, que assinou um Acordo Coletivo de Trabalho, no qual se comprometeu a impedir que se criem campanhas contra ou a favor da contribuição sindical através de seus serviços corporativos.
E a empresa sabe que está fazendo vistas grossas para tal situação. O próprio Gerente de Departamento, da Superintendência de Desenvolvimento, Sérgio Fernando Oliveira Theodoro dos Santos Kamache, enviou uma mensagem no mesmo dia para o tópico da discussão, cujo assunto é “Carta de Oposição ao Desconto da Contribuição para Custeio Sindical”. Na sua mensagem, Sérgio pede que o autor e quem participou do “bate-papo” apaguem as mensagens.
Em nenhum momento Sérgio se preocupou em alertar para a quebra do Acordo Coletivo de Trabalho, no qual a direção que ele representa (Sérgio é gerente em uma Superintendência vinculada à Diretoria de Desenvolvimento), se comprometeu em não fazer campanha contra ou à favor desta contribuição. Simplesmente achou mais cômodo desaparecer com o ato que pode ser ilegal, mandando todos apagarem as mensagens.
Ficou evidenciado que a direção do Serpro até pode alegar que não está fazendo campanha contra a contribuição sindical, mas fez vistas grossas para um assunto que lhe interessa diretamente. Tanto que um ocupante de um cargo de confiança desta mesma direção, pediu para que as mensagens fossem apagadas.
O Acordo Coletivo de Trabalho assinado pela direção é claro com relação a essa questão. Não podem ser realizadas campanhas contra o direito do trabalhador escolher por conta própria, sendo representado por um sindicato, contribuir para a sustentação financeira da entidade.
Sindicatos enfraquecidos financeiramente perdem sua capacidade de luta, para impedir que diretores tomem decisões que possam afetar a vida dos trabalhadores da empresa. Não vou entrar aqui em longas considerações sobre isso. Todos no Serpro já devem saber o que penso à respeito. Há até quem irá responder na Justiça por afirmar levianamente que eu ganho dinheiro com essas entidades, por apontar em publicações quais são os seus direitos trabalhistas e o que está em jogo na luta “sindicatos x diretoria”.
Só não venham recorrer à mim se lá na frente seus direitos forem usurpados por diretores inescrupulosos. Daí não adianta me mandar fotos de gente abraçando prédios de estatais, porque juro que farei um esforço danado para não zoar com a cara de bunda de vocês.
*Se virem.