Com a eventual privatização no todo, ou em parte, do Serpro, isso deverá provocar uma enxurrada de demissões. Daqueles que se recusarem a aderir ao PDV que será imposto pela direção.
Calcula-se que só ficarão na empresa em torno de três mil funcionários – maioria ligada diretamente com Tecnologia da Informação – dos quase 10 mil que a estatal tem em seus quadros, incluindo os que foram deslocados da Receita federal e entraram lá pela janela da empresa. Detalhe: acima de 50 anos tá fora, tá velho, não presta.
Isso teria sido dito pelo diretor de RH (Desenvolvimento Humano, seja lá o que for) Wilson Coury, em reunião que teve em São Paulo na semana passada. Um jovem com ideias pra lá de arrojadas e avançadas.
Nesse encontro, o diretor também teria levantado a hipótese do Serpro extinguir regionais. Segundo ele teria dito, só permanecendo as do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, em função da infraestrutura que guarda os bancos de dados federais.
A diretoria de Coury até postou um comunicado para incentivar os gestores a convencerem suas equipes dos benefícios de um programa, que ficará registrado nos anais da bestialidade e da picaretagem humanas.
O programa deseja que o sujeito que já se vê degolado na empresa pense num futuro que não terá. Provavelmente ainda esperam que ele, ao fim desse programa, admita que merece ter sido jogado no olho da rua e a empresa vendida para algum espertalhão do setor privado.
“Diretoria de Desenvolvimento Humano do SERPRO lança novo programa”
“Informamos aos gestores que, na próxima semana, o Serpro iniciará o Programa Preparação para o Amanhã (PPA). Esse projeto é uma ação estratégica voltada para a preparação para o futuro por meio de palestras e oficinas sobre educação financeira, previdenciária, bem estar, planejamento pessoal, entre outros temas.
O grande diferencial desse programa é que ele se destina a todos os empregados que tenham interesse em participar, não somente aos que estão se preparando para a aposentadoria. Elaborado pela Diretoria de Desenvolvimento Humano, o PPA parte do entendimento de que a preparação para o futuro é um processo natural do ciclo de vida e que, quanto mais cedo o empregado iniciar suas reflexões e planejamento, maior será sua segurança na tomada de decisão por novos caminhos e desafios.
Serão realizadas, de agosto a novembro, palestras e oficinas sobre previdência oficial e complementar, planejamento financeiro, aspectos relacionados à promoção de saúde, relacionamentos sociais/familiares, elaboração de projetos de vida e reflexões sobre aposentadoria.
Contamos com sua participação e colaboração para o engajamento da sua equipe.”
*Lindo, só faltou a direção propor de colocar todos num mesmo trem para passar uma temporada em algum local aprazível no interior da Polônia.