Dentre algumas declarações desencontradas da diretoria da Dataprev em reunião com os funcionários – para tentar minimizar o impacto da notícia de que a empresa está na primeira lista das privatizações – coube ao diretor de Desenvolvimento e Serviço; Relacionamento e Negócio, André Côrte, proferir a melhor do evento:
“Nos temos a Geap e ela não é boa. E talvez o motivo dela não ser boa é porque nós somos do Estado”.
A declaração é surpreendente por dois motivos. Primeiro, não se tem notícia em todo o processo de privatizações brasileiro, que plano de saúde de funcionários públicos tenha sido um dos motivos que pesou na decisão de governos de privatizar estatais.
Segundo, a declaração de André Côrte confirma a tese de que a direção da estatal tem sido omissa na discussão do problema. Que deixou que o Geap aplicasse um reajuste acumulado de 67% no valor do plano de saúde, sendo que a direção da estatal, além de não pressionar a empresa, contribuirá com a mínima parte dos custos.
Razão pela qual estão chovendo pedidos de liminares feitos por sindicatos para os funcionários não pagarem tamanho reajuste, além de obrigar a empresa a se mexer em favor deles usando, no mínimo, o seu poder de compra para conseguir um pagamento mais barato. Afinal de contas os reajustes salariais dos últimos três anos não cobriram esse custo.
Ao que consta a presidente da Dataprev, Christiane Edington, lavou as mãos e autorizou o desconto em folha.
O problema do Geap com a Dataprev é que o plano ficou três anos discutindo um reajuste no valor dos serviços médicos, ambulatoriais e hospitalares, sem conseguir chegar a uma conclusão. Cansado de esperar por uma decisão da direção da Dataprev, decidiu dar um basta e aplicar o reajuste acumulado ao período em que não pode diluir essa conta nas mensalidades dos trabalhadores.
Mas agora, ao que tudo indica, a direção da Dataprev tem uma brilhante solução para o problema: Privatiza que o plano de saúde baixa, ou pode até partir para outro melhor.