Depois de cinco anos e cinco meses a Oracle, enfim, pode festejar duas vitórias políticas no governo em apenas um único dia. Enquanto Gustavo Saches anunciava hoje (30) nas redes sociais, que estava entrando de férias após deixar a Diretoria de Tecnologia e Operações (DIT) da Dataprev, o seu nome já estava substituído na página oficial da estatal na Internet pelo de Antonio Hobmeir Neto.
A eficiente Comunicação da estatal tratou de amanhecer com a página oficial atualizada, trazendo o currículo de Hobmeir para conhecimento do público. Inicialmente ele era aguardado para assumir o cargo no dia 14 de junho, após o retorno de Sanches das férias. Mas após a publicação deste blog sobre a mudança na direção da estatal e o que isso significaria para a Oracle, supostamente Hobmeir teve o nome aprovado em sessão relâmpago ocorrida na sexta-feira do Conselho de Administração da Dataprev.
Que, no entanto, esconde um probleminha. Não informa, por exemplo, que o novo titular da DIT é ligado ao ex-diretor Daniel Darlen, o mesmo que hoje ocupa um cargo de diretoria na Oracle voltada para atendimento a governo. Hobmeir foi superintendente de Darlen até o fim do governo Dilma Roussef, abreviado por um impeachment no segundo mandato, e agora sentirá o doce gostinho de melhorar o salário tal como ocorreu com o “ex-chefe”.
Rei morto, Rei posto
Resolvida a “dança das cadeiras”, pelo presidente da Dataprev, Gustavo Canuto, articulador de todo o processo, o novo diretor Antonio Hobmeir já começou esta segunda-feira resolvendo o contrato pendente da estatal com a Oracle. Foi realizada hoje (30) um pregão eletrônico para contrato de nova solução Weblogic/Oracle em que somente dois fornecedores apareceram.
A empresa paranaense VS Data Comércio & Distribuição Ltda venceu os dois itens em disputa (539 licenças para cada item) com a empresa Service Informática e deverá faturar por 12 meses R$ 36.211.895,72. Curiosamente, o contrato inicial da Oracle assinado em 2014 com a Dataprev, por 24 meses, era de R$ 28,7 milhões. Resolve o problema de quem tem a receber algo em “débito técnico” no valor de R$ 180 milhões? Não, mas Hobmeir é considerado um “craque” nessas questões.
De qualquer forma, para a Oracle é melhor ter um contrato ativo e no andar da carruagem ir “equilibrando” essa dívida, do que permanecer sem receber absolutamente nada e ainda correr o risco de um organismo de controle acabar definitivamente com a festa.