Confesso que ainda não sei o que escrever sobre a sessão de hoje da CPMI das Fake News. Por hora apenas declaro que a convocação do “jornalista” Alan dos Santos está errada por vício de origem. Alan não é jornalista. Isso não lhe tira, entretanto, o direito de propagar informação. Não vejo pelo prisma do diploma uma reserva de mercado. Informação qualquer um pode dar, não é exclusividade de jornalistas. Você com uma câmera nas mãos filma um acidente grave de trânsito e isso não deve ser divulgado porque você não tem o diploma de jornalismo? Não vejo como desqualificar o valor de uma notícia por esse prisma. Mas a sessão de hoje da CPMI foi uma extensão do Twitter e da guerra insana que se passa por lá todos os dias. Uma guerra aberta entre esquerda e direita, sem nenhum foco ao tema que interessa: Fake News. Alan rebateu todas as acusações de ter produzido tais notícias falsas, mas deixou uma brecha quanto ao fato de replicá-las no Twitter, produzidas por um exército de seguidores. Qual o impacto disso? É cedo para avaliar. Do ponto de vista financiamento para atacar nas redes, Alan negou que receba dinheiro público para isso. Afirmou que recebe doações de pessoas e empresas que politicamente são alinhadas com o pensamento do governo. Sinceramente não vejo como imputar responsabilidade se não há envolvimento de dinheiro público. Alan entregou várias informações sobre sua situação financeira. O futuro dirá se ele mentiu na CPMI. Por hora o que eu vi na sessão de hoje foi uma tremenda falta de foco na investigação de um assunto tão importante.
PS – ainda farei um vídeo com os “melhores” (entendam piores) momentos da sessão.