“Dobramos a velocidade da banda larga e cortamos o preço sem um único centavo público”, comemora Paulo Bernardo (Entrevista exclusiva ao Telesíntese).
O ministro se referia ao PNBL oficial criado pelo presidente Lula, que previa 512Kbps. Mas não tinha venda casada, entre outras coisinhas mais.
Deixando essa questão de lado, o atual ministro das Comunicações – que em termos de discurso, só difere do seu antecessor pela falta da vasta cabeleira que o outro ostentava – realmente tem o que comemorar?
Vamos avaliar isso com calma:
Os assinantes deste PNBTeles daqui a 90 dias pagarão uma Internet de R$ 35 – cuja velocidade será de 1Mbps (1 Megabit por segundo). Só que haverá um limite mensal de 300 Megabytes (em tamanho de arquivos) para download, se esta for feita por Internet em rede fixa. Já se for uma conexão móvel 3G esse limite cai para 150 Megabytes, segundo informou o G1.
Vamos tomar, por exemplo, a entrevista de ontem do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, ao anunciar com festa o novo PNBTeles – que subi no site Convergência Digital. Ele tem um total de 156 Megabytes (no formato flv). Um vídeo que no Youtube ficou em 19 minutos e 58 segundos.
Se fosse na rede fixa, um pouquinho mais da metade do limite mensal do cara que fosse copiá-lo do meu computador já teria sido consumida. Já se fosse numa conexão móvel, o sujeito já estaria devendo 6 Megabytes.
Pelo acordo de ontem do governo com as teles, o usuário terá duas opções:
1- O usuário que ultrapassar o limite poderá escolher em reduzir a sua velocidade contratada (1 Mbps) para um percentual que não se sabe mais qual (hoje as teles reduzem para 10%). Isso porque, na pressa de aprovar o PNBTeles Paulo Bernardo conseguiu convencer a presidenta Dilma a deixar a discussão com a Anatel, que regulamentará até outubro esse caso, na conexão fixa. Dilma queria que a velocidade caísse no máximo para 40% o que já seria ruim. Explico:
*Há uma única possibilidade desse percentual de redução da velocidade favorecer melhor o consumidor e será na conexão móvel onde as teles já disseram que farão o PNBTeles ao preço de R$ 35. Caso a Anatel não rasgue e jogue no lixo a proposta que tem para os serviços 3G – que já passou em consulta pública – as teles móveis somente poderão reduzir a velocidade do usuário “gastador” para algo entre 60% a 80% da velocidade contratada.
2 – Mas nos dois casos, seja qual for o limite de redução imposto ao usuário, ele terá de pagar à mais pelo excesso de download que consumir quando ultrapassar aquilo que esteja previsto no contrato em termos de velocidade (1Mbps).
* Daqui a 90 dias saberemos se o Conselho da Anatel irá jogar à favor do consumidor.