Outro exemplo que mostra o desconhecimento do secretário das privatizações, Salim Mattar, para o papel das empresas estatais no mercado de TI brasileiro (ainda que eu considere questionável a forma como vem sendo feito do ponto de vista da nova Lei Geral de Proteção de Dados).
Segundo ele, todo cidadão tem suas informações guardadas em bancos privados e, como não vazam, não é necessário termos estatais para isso.
Primeiro, a declaração nivela de forma rasa o sentido da guarda dos dados dos cidadãos por entes públicos ou privados. Comparar, por exemplo, informações sobre o estado de saúde de um cidadão com informações bancárias não me parece lógico. Mas vamos lá.
Se as estatais são tão “desimportantes”, como alega o secretário, então por que os bancos privados estariam correndo atrás do Serpro para fechar acordos com a estatal para uso do “Datavalid”?
Salim parece que não sabe, ou finge não saber, que essa solução permite às empresas e instituições financeiras validar transações comerciais ou financeiras, online, com confiabilidade e segurança. E tem sido a grande novidade que o próprio governo, através de suas estatais, disponibilizou ao mercado privado. Embora eu não tenha números, soube que o risco de crédito caiu para os bancos após uso da solução do Serpro.
Então fica a pergunta para o secretário: Em que ponto o Serpro estaria ferindo o Artigo 173 da Constituição e interferindo numa atividade econômica privada, ao garantir através de informações oficiais de brasileiros que a instituição bancária possa realizar operações com um mínimo grau de risco de fraude?
*Secretário, antes de sair defendendo o indefensável, experimenta bater na porta ao lado e falar com um outro “Salim” do Ministério da Economia. O Luiz Felipe Salim Monteiro, secretário de Governo Digital. Quem sabe ele não te ajuda a entender melhor o próprio “Governo Digital” que o senhor quer desmontar?
*OBS: chupetei o vídeo do Serpro. Taoquei?