Sério, deve haver algum problema com a água na Dataprev. Toda vez que um diretor vai à público falar de plano de saúde podem apostar: vai dar confusão.
Desta vez foi o diretor de Administração e Pessoas, Bruno Burgos, que resolveu gravar um vídeo que ficará marcado nos Anais da Bolsolândia. Pois ele fala do “sucesso” nas negociações do reajuste um plano de saúde, que poderá custar um rateio de R$ 52 milhões a serem pagos pelos funcionários. Isso, além de uma já aprovada tungada de 62,5% de reajuste, cobrada nos vencimentos dos funcionários diretamente nos contra cheques.
O caso começou há dois anos, com a suspensão do reajuste do plano de saúde Geap. A decisão foi tomada pelo então presidente da Dataprev, Leandro Magalhães. Porém, com a chegada de Christiane Edington na presidência da empresa, ela mandou aplicar o índice de correção pleiteado pela Geap na íntegra, causando um reajuste imediato de 62,5%, cobrado diretamente nos salários dos funcionários. Sem nenhum acordo prévio com os trabalhadores.
Para evitar a tungada do plano de saúde (teve funcionário que recebeu de salário de apenas R$ 300 após o desconto do plano de saúde), os sindicatos entraram com ação nos Estados para impedir aplicação desse índice de 62,5%.
A Geap, por sua vez, não satisfeita com a aplicação agora do índice de reajuste, pois entende que a causadora desse prejuízo nos anos de 2017 e 2018 foi a direção da Dataprev, ainda decidiu mover ação na Justiça para cobrar a retroatividade dos dois anos que ficou sem o reajuste. Que a preços de hoje chega à quantia de R$ 57 milhões de prejuízo com a Dataprev.
A direção já adiantou que irá repassar para os trabalhadores esse prejuízo, caso perca na Justiça a ação.
Agora, para completar a confusão, eis que apareceu um vídeo do diretor Bruno Burgos festejando um acordo com plano de saúde que não existiu, pois sequer teve a participação dos trabalhadores no escalonamento do índice de reajuste, além do fato de a Geap estar processando a estatal.
*Esse rapaz me parece um pouco imaturo para o cargo que ocupa. Não foi ele que recentemente disse que o pagamento da participação dos lucros da empresa, iria prevalecer como critério para os maiores benefícios a “meritocracia”?
E que essa “meritocracia” iria abrigar também cerca de 2.500 funcionários que entraram pela janela, sem concurso? Enquanto a peonada da estatal iria ficar chupando o dedo, ganhando um valor irrisório?
*Que fim levou essa novela?