Por Charles Mendlowicz* – O processo de digitalização dos negócios e atividades terá o 5G como aliado fundamental para destravar os problemas de conectividade, no momento que a infraestrutura desta tecnologia estiver acessível nas diferentes regiões do País, permitindo acessar a internet com muita rapidez e alta qualidade. Embora ainda não se saiba quanto tempo levará até que essa rede 5G esteja operando em âmbito nacional, não resta dúvida de que a corrida para ganhar dinheiro com essa tecnologia já começou. E isso não se restringe apenas às empresas cujos negócios serão favorecidos com a maior conectividade, mas também novos negócios e até os universos virtuais, como o metaverso, em uma cadeia de oportunidades inclusive para quem olha o mercado de ações em busca de boas opções de investimentos.
No rastro do 5G, a transformação digital trará novas possibilidades para os usuários, ao ampliar a utilização de tecnologias como a Inteligência Artificial, a realidade virtual e aumentada e a Internet das coisas (IoT). O metaverso levará as pessoas para o mundo virtual, permitindo realizar reuniões virtuais dentro de uma sala, com a participação do seu próprio avatar. Novas formas de vivenciar eventos com o uso de óculos conectados de realidade virtual colocarão os usuários dentro de um jogo de futebol ou de um grande show como o Rock in Rio, com a possibilidade de comprar roupas e outros objetos associados a esses eventos.
Ao assistir um jogo de futebol, por exemplo, será possível comprar uma chuteira do Neymar ou a camiseta do seu time, com o uso da tecnologia blockchain, que garante segurança e rastreabilidade às transações. Ou será possível ainda comprar e montar o seu álbum digital de figurinhas com NFT’s (Non-fungible Token, ou, em português, token não fungível), uma espécie de certificado digital estabelecido via blockchain, que define a originalidade e exclusividade de bens digitais.
Mas sem o 5G e uma infraestrutura de conectividade nada disso será viável, porque estas tecnologias necessitam de alta capacidade de conexão. Assim como o 4G trouxe maior velocidade à internet com a possibilidade de transferir arquivos pesados ou criar apps, o 5G será fundamental para que a realidade virtual e aumentada ou o metaverso avancem. Segundo um estudo realizado em 2021 pelo IDC e Instituto IT Mídia, o 5G pode gerar US$ 25,5 bilhões em negócios nos próximos quatro anos.
Essas tecnologias também demandam semicondutores, um componente que tem se tornado escasso no atual cenário internacional, e que se constitui em grande oportunidade para as empresas que fabricam chips, como a Taiwan Semicondutores (TSMC), no contexto do avanço da digitalização da sociedade.
Antes mesmo que essas tecnologias avancem são visíveis as oportunidades que poderão permitir ganhos financeiros no futuro da parte de quem participar do processo de digitalização acelerada, seja como fornecedor de tecnologia, produtos, sistemas ou soluções, ou ainda como consumidor ou mesmo investidor.
Sob o aspecto do investimento, não resta dúvida de que “ganha dinheiro quem chega antes”, e, neste caso, perderá quem não for visionário. O mundo precisa de tecnologia, e é isso que trará dinheiro. As empresas de telecom que irão ofertar o 5G, os fabricantes de semicondutores, os desenvolvedores dessas novas tecnologias e da blockchain e os segmentos que poderão oferecer novos produtos e serviços, como os games, integram o grupo com grande potencial de ganhar dinheiro e, consequentemente, de trazer elevados retornos aos seus investidores.
Em quais empresas investir ou em qual momento exatamente, isto precisa ser avaliado, inclusive considerando o risco de se perder dinheiro em determinado momento, pois o risco sempre existe no mercado financeiro. Não se trata de aplicar todos os recursos nessa direção, mas de destinar por exemplo 5% da carteira de investimentos ao futuro da tecnologia, seja em empresas que já estão na bolsa brasileira ou empresas estrangeiras que possuem BDR (Brazilian Depositary Receipt) aqui, entre outras possibilidades. Lembrando que esse não é um futuro distante, afinal, como dizia o visionário Einstein, “eu não penso no futuro, ele chega rápido demais”.
*Charles Mendlowicz, economista, e classificado como o maior influenciador na área de investimentos financeiros do País, segundo ranking da ANBIMA.