Por Alexandre Rudge Castilho* – No atual cenário Financeiro, a dedicação para manter a segurança das informações, confidencialidade, rastreabilidade e monitoramento das transações ocorre em muitas frentes, principalmente quando saltam aos nossos olhos atos terroristas, facções criminosas tentando exercer o papel do Estado em áreas de vulnerabilidade ou ainda quando pensamos em proteger nossos clientes ou usuários, seja por meio da verificação em duas etapas, cartões virtuais que expiram após 24h ou mesmo a criação de senhas mais fortificadas.
Em aspectos institucionais, é necessário adotar medidas alinhadas às diretrizes governamentais emitidas pelos mais diversos órgãos sobre PLD/FTP (Sistema de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em Massa) incluindo os vários alertas e diretrizes internacionais.
Diante de tanta tecnologia e meios que dificultam o rastreamento e a identificação de atos ilícitos e criminosos, a primeira pergunta que surge é: como evitar tais atos?
Por mais ferramentas que tenhamos, o compartilhamento de informações entre as instituições financeiras, que ocorre a partir da integração de plataformas e infraestruturas tecnológicas de organizações autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil é a mais importante arma contra o crime. Os contatos estabelecidos entre departamentos correlatos das mais diversas instituições são essenciais para prevenção, investigação e uma futura condenação dos criminosos que atuam no setor.
Para diferenciar-se e estar à frente dos cibercriminosos, é necessário o investimento em ferramentas avançadas de avaliação de riscos e constante monitoramento das transações, análise das carteiras de ativos digitais para evitar a contaminação por atividades ilícitas e uma equipe preparada e sempre atenta. Se faz mister a vigilância.
No entanto, quando ocorre o vazamento de dados ou golpes envolvendo instituições financeiras, é comum que as pessoas não vislumbrem em primeira mão que aquela empresa também é uma vítima, pois para além da exposição de informações sensíveis e perda financeira, a reputação daquela instituição é fragilizada também.
Logo, torna-se papel das instituições blindar-se contra estes possíveis riscos. É dever de todos proteger o sistema financeiro nacional. A 2GO Bank entende essa missão e mantém laços e convênios com as autoridades públicas e parceiros privados na persecução dos objetivos nacionais.
Como frisei, o compartilhamento de informações sobre segurança é uma das peças-chave – em minha opinião, a mais importante de todas- para estarmos seguros contra cibercrimes que evoluem cada vez mais ao longo dos anos. Esta prática facilita a identificação e mitigação de riscos, fortalecendo a resiliência do sistema financeiro contra ameaças emergentes.
As ameaças não cessaram, assim como o nosso ímpeto em impedi-las a todo custo. Dessa forma, protegemos a nossa instituição, nossos clientes e a segurança do Sistema Financeiro Nacional.
É importante entender que o intercâmbio de informações permite que as instituições identifiquem padrões suspeitos e comportamentos anormais mais rapidamente, promovendo uma resposta mais ágil e coordenada a possíveis incidentes de fraude ou lavagem de dinheiro garantindo assim um direcionamento às instituições quando estiverem frente a fraudes e crimes financeiros que aumentam em casos e sofisticação de arquitetura.
Resultados obtidos no 1º volume da pesquisa ‘Febraban de Tecnologia Bancária 2024’, mostram que a segurança cibernética está entre as prioridades estratégicas para 100% dos bancos e a 2GO Bank faz parte do sistema de informações da FEBRABAN. O departamento de Compliance da 2GO BANK participa ativamente da troca de informações bem como dos treinamentos disponíveis.
Temos um grande desafio nesses próximos anos, difundir a ideia de que informação é poder e precisa ser compartilhada. Além disso, é essencial que as instituições financeiras assumam o compromisso de investir em tecnologias avançadas de segurança e infraestrutura de TI. Soluções baseadas em blockchain, por exemplo, oferecem um potencial significativo para garantir a integridade e a segurança dos dados compartilhados em especial a rastreabilidade de forma visível e segura.
A colaboração com órgãos reguladores e organizações nacionais e internacionais também se faz fundamental na definição de diretrizes e melhores práticas para o compartilhamento de dados. A harmonização das regulamentações e a promoção de um ambiente colaborativo são passos essenciais para construir um sistema financeiro mais seguro e resiliente.
O compartilhamento de informações entre instituições financeiras é mais do que uma prática recomendada – é um pilar essencial para a segurança bancária no mundo contemporâneo. Compliance eficaz e estratégias robustas de prevenção de fraudes dependem dessa colaboração e precisamos ter consciência do momento que estamos em termos de tecnologia.
Estamos no momento que considero o “horizonte dos eventos” (ponto de não retorno) em tecnologia, a implementação de tecnologias de inteligência artificial pode melhorar a detecção de padrões e a resposta a ameaças em tempo real e ser uma grande “mudança no jogo”.
Ao unir esforços, as instituições financeiras não só protegem a si mesmas, mas também contribuem para a integridade e estabilidade do sistema financeiro como um todo. A segurança bancária é, portanto, uma responsabilidade compartilhada que exige vigilância, cooperação e inovação constantes.
*Alexandre Rudge Castilho, Diretor de Compliance da 2GO Bank.