Parece incrível, mas três dos ex-diretores bolsonaristas do Serpro já estão empregados no Governo de São Paulo, sem sequer passarem por quarentena. E o Governo Lula não é capaz de informar pelo menos o nome do futuro presidente da estatal conforme fez com a Dataprev.
A apenas um dia para completar o primeiro mês de Governo Lula; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não sabe se agrada a sua turma que já está toda no governo e ainda quer mais, ou se cede a estatal para composição com outros setores do PT que ainda não têm participação alguma nele. Aliás, o Governo do PT até agora está a cara das prefeituras de São Paulo e de Santo André.
Nomes não faltam, currículos também não. O que falta é o PT e suas diversas facções decidirem sentar à mesa e fazer o que o presidente Lula tem feito com outros partidos políticos no governo: montar uma coalizão. Aliás, o dia que isso ocorrer, podem apostar que 99,9% das futuras crises políticas que ocorrerão neste governo deixarão de existir por conta de “fogo amigo”.
Essa demora na escolha só reforça a minha suspeita de que vão esvaziar o Serpro neste terceiro Governo Lula. Ao ponto dele acabar sofrendo um processo de fusão com a Dataprev. A mesma turma que defendia isso no fim do Governo Dilma já está empregada neste governo, portanto basta coragem para criar uma narrativa que atenda a esse interesse. Personagem a quem culpar depois eles até já têm: Simone Tebet, a ministra do Planejamento, que detém sob a sua asa o famigerado PPI.
Lula, que prometeu não privatizar, aparentemente jogou no dúbio. Assinou um decreto no qual ele manda “reavaliar” as privatizações da era Paulo Guedes. Não revogou, apenas adiou o problema.
E nesse mesmo passo estão a Dataprev, a Telebras e a Ceitec, sendo essa última em processo de extinção. Nenhuma palavra clara até agora foi dada por esse governo em nenhum dos casos.
*O Serpro deveria paralisar por uma semana as suas atividades, para este ministro da Fazenda entender o papel da empresa e a relevância dela para esse governo.