Num eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro, expectativa que vem crescendo a cada anúncio das pesquisas eleitorais, existe uma forte possibilidade do atual Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) virar um braço de uma nova estrutura ministerial a ser criada, que envolveria também a Indústria e o Comércio Exterior. Os rumores dessa fusão correm soltos no mercado empresarial privado e pelos corredores do MCTI e do Ministério da Economia, que supostamente comandaria essa articulação.
O novo ministério que conjugaria a Ciência com a Indústria e o Comércio seria dado ao governador de Minas Romeu Zema, como pagamento político ao apoio dado à reeleição de Bolsonaro. E o cabeça da pasta viria da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), com o aval político da Confederação Nacional da Indústria (CNI), através do seu MEI- Movimento Empresarial pela Inovação. Essa entidade reúne hoje 429 empresas que representam expressiva parcela do PIB nacional. O nome mais cotado para virar ministro dessa nova pasta seria o do empresário mineiro do setor têxtil, Flávio Roscoe Nogueira (foto), atual presidente da FIEMG.
Se confirmadas essas especulações, considerando que o presidente Bolsonaro tenha revertido a campanha eleitoral e conseguido a reeleição, a nova pasta contaria com os recursos do BNDES e da Finep, e passaria a controlar a gestão dos R$ 9 bilhões arrecadados pelo FNDCT – Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
FNDCT
Independentemente se essa articulação vai vingar ou não passa de boato, o redirecionamento do FNDCT é uma realidade e vem sendo defendida abertamente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este blog teve acesso a uma apresentação da entidade, cujo teor trata de uma “Nova governança da MEI e proposta de nova governança do FNDCT”, elaborado pelo Movimento Empresarial pela Inovação.
E na proposta fica clara que a indústria veria com bons olhos se o Governo Bolsonaro reordenasse o FNDCT para um cenário no qual a distribuição dos recursos acabaria majoritariamente na pesquisa aplicada e na indústria. O restante seria canalizado para a pesquisa acadêmica que, se já tem dificuldades de obtê-los via um ministério voltado para isso, imaginem numa nova pasta comandada por representantes de empresas?
O MEI tem a seguinte caracterização representativa:
*Vamos acompanhar.