Todos sabem que nunca tivemos um bom relacionamento. Ao contrário, eu e Glória Guimarães sempre estivemos em campos opostos. Mas por honestidade intelectual e dever de ofício, cumpre-me o papel de informar aos leitores deste site, que ela foi a grande ausente na noite de ontem, quando a revista Exame conferiu o prêmio de melhor empresa da indústria digital no Brasil ao Serpro.
Sim, Glória, esse prêmio é teu.
Foi você que tirou a empresa do buraco, embora todos saibam que eu tenha reservas sobre alguns dos métodos aplicados.
Isso já não importa mais.
O fato é que foi você quem saneou a empresa em 2018, tirou boa parte dos funcionários de um sentimento de baixa estima e os preparou para tornarem-se grandes, num mercado de gente mesquinha e incompetente, que acha que vai lucrar se o Serpro desaparecer.
Pena que quando estavam para tornarem-se maiores do que já são, por escolhas erradas deles mesmos, acabaram por trilhar um caminho rumo ao precipício.
A presença de Caio Paes de Andrade – não festejado por ninguém, além de um único puxa saco que se manifestou em público – é a constatação do absurdo a que chegamos. Este governo pretende vender a melhor empresa de TI do país para conseguir dinheiro para pagar bancos.
Absurdo maior foi o presidente da empresa ir receber um prêmio – que não é dele – num evento em que o anfitrião anuncia que o Serpro estará se preparando para ser melhor do que é, para depois ser vendido.
O vídeo que tive acesso é autoexplicativo. Ninguém que tenha bom senso pode acreditar no conteúdo político dele.