Seminário realizado hoje pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação nas dependências do Serpro sobre Dados Abertos deu o tom da falta de atividade que marca o setor de TI governamental. Ninguém do “primeiro escalão” do governo, vinculado ao tema compareceu.
Tem sido uma constante, o governo parece que acabou na área de TI. Não se pode dizer o mesmo no setor de Telecom, que continua atuando, mas a presidenta Dilma Rousseff tem feito tudo para paralisá-lo. Haja vista a sua decisão em relação à recondução do presidente da Anatel, João Resende, que acabou sendo excluído das atividades que vinha exercendo, até que seu nome passe novamente pela avaliação do Senado.
Mas isso não vem ao caso, voltemos para a área de TI.
O evento de hoje sobre Dados Abertos foi comandado pela sempre titular da SLTI, a secretária-executiva, Nazare Bretas. A atual secretária, Loreni Foresti, como sempre, não deu as caras. Já se questiona se ela realmente existe como secretária de Logística e TI, um dos cargos mais importantes do governo para o setor.
Nem o presidente do Serpro e anfitrião, Marcos Mazoni, deu uma passadinha na abertura para prestigiar o evento. A desculpa dada por Corinto Meffe, que o representou, foi que Mazoni teria ido cuidar da aprovação do orçamento do ano que vem solicitado pela estatal.
Bom, do ano que vem creio não foi, já que o Congresso Nacional só aprovou de madrugada a LDO. Dificilmente alguém estaria acordado logo cedo no Congresso Nacional para discutir orçamento.
O mais provável, porém vexatório para ser divulgado pela empresa, é que Mazoni pode ter ido “de pires na mão” pedir ao Ministério do Planejamento verbas suplementares. O órgão continua represando as verbas do Serpro, que corre o risco de fechar as portas por falta de pagamento aos fornecedores.
Um fato curioso já que o Serpro recebeu ordens expressas da presidenta Dilma (parece até piada pronta), para cuidar das comunicações de governo por e-mail e de ser o principal instrumento de combate à espionagem internacional norte-americana.
O clima de fim de governo se estende também aos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, além do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. O primeiro simplesmente desapareceu. Já o segundo, nunca existiu. O MDIC ganhou até o apelido de “Ministério da Anfavea”, dada a preocupação sistemática do órgão com o setor automotivo.
O MCTI, por sua vez, que despontou no início do ano com vários projetos, quando o ministro ainda era Aloizio Mercadante, simplesmente ficou mudo. Não se tem notícas de nada que esteja sendo feito pela Sepin. Não houve até agora nenhum balanço oficial de nada. Expediente tem sido dado evidentemente e a agenda das autoridades lá dentro tem sido recheada de encontros empresariais. Mas de concreto, nenhuma informação.
E olha que esses setores citados acima são os mais atuantes. Imaginem as demais áreas de TI de ministérios e empresas estatais e bancos oficiais.
* Acho que vou cobrir a área de pesca deste governo.