
Serpro e Dataprev foram duramente atacadas ontem (08) pelo ex-presidente do ITI no primeiro Governo Lula, Sérgio Amadeu da Silveira, pesquisador de redes digitais, professor da UFABC e ativista da liberdade na rede; durante debate sobre soberania digital do país num encontro realizado na Câmara dos Deputados. A reunião serviu para traçar um panorama da situação do Brasil diante das novas tecnologias e o seu grau de dependência perante elas.
Uma rede parlamentar nacional deverá ser criada, por proposição do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que também participou do evento. Essa rede terá por objetivo travar no Legislativo Federal a discussão sobre soberania digital e também estimular as demais casas legislativas estaduais e municipais a fazerem o mesmo. O objetivo é buscar soluções para o Brasil recuperar a sua autonomia, diante do evidente avanço da dependência tecnológica promovida pelas big techs no setor público brasileiro.
“Será que só eu vejo isso ou será que a Gaviões da Fiel também”?
Foi como reagiu indignado o professor Sérgio Amadeu, ao término de sua palestra sobre o tema: “Colonialismo digital e o papel estratégico das empresas públicas”. Ele disse ser inconcebível que em pleno Governo Lula as empresas públicas estejam fazendo o papel de “barriga de aluguel” para empresas de tecnologia multinacionais. E pediu reação dos ativistas presentes. “Não podemos entregar nossos dados para a rapinagem dessas empresas”, destacou.
Essa discussão deverá avançar, mas ainda carece de engajamento do governo. Na reunião de ontem, nenhum representante do Executivo esteve presente, o que denota um descrédito com um movimento, que no primeiro Governo Lula foi capaz de introduzir com êxito o debate sobre o código aberto na administração pública federal.
Proposta que acabou esvaziada nos últimos anos por pressão das mesmas empresas que hoje comandam a tecnologia no país, embora em todo o mundo a disputa de mercado pelos sistemas proprietários e livres continue em plena atividade, sobretudo com o avanço de tecnologias como Blockchain, Biometria e a Inteligência Artificial.