A Accenture acaba de ser anunciada pelo BNDES para realizar os estudos que visam criar o modelo de privatização do Serpro e da Dataprev; um contrato que sairá ao custo de R$ 7.939.032,88. A empresa atuará como cabeça do consórcio “Dados BR”, formado ainda pelos escritórios “Machado, Meyer, Sendacz, Opice e Falcão Advogados, além da Assessoria de Imprensa Burson – Marsteller.
Curiosamente o Consórcio “Dados BR” é praticamente igual ao consórcio “Postar”, que também realiza estudos com vistas à privatização dos Correios. A exceção vai para a assessoria que fará o contato com a Imprensa, para vender bem a imagem da necessidade de privatização das estatais de TI, em nome do governo.
A Accenture tem pelo menos duas passagens no governo que carecem de maiores explicações. A primeira diz respeito ao malogrado contrato que assinou com a Dataprev, que seria para realizar a migração do mainframe Unisys para uma plataforma baixa. A empresa não conseguiu executar o serviço, mas acabou protegida pela estatal.
Misteriosamente a Dataprev não a puniu por descumprimento de contrato. Ao contrário, fez uma “rescisão amigável”, cuja justificativa jurídica e técnica para isso a estatal vem escondendo da opinião pública. Contrariando até mesmo pedido de informação feito com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).
Outro caso rumoroso foi revelado pelo jornal O Estado de São Paulo, no qual a Accenture é apontada como suspeita de superfaturamento em contratos com os Correios, mas assim mesmo foi contratada pelo BNDES para analisar privatização da estatal.
Segundo o Estadão, auditoria interna nos Correios apontou que houve um prejuízo de R$ 10,9 milhões em negócio fechado com a empresa em 2017. O jornal também afirma que o Ministério Público Federal estaria apurando o acordo e um negócio firmado um ano antes com a empresa no valor de R$ 36 milhões.
*Com a palavra a Accenture.