A resposta dada ontem pela Anatel sobre a conduta de seus servidores, não foi endereçada à Abrafix, que no dia 11 de maio encaminhou uma carta na qual informava a preocupação do mercado quanto a presença de funcionários da Telebrás dentro da agência, com acesso às informações comerciais sigilosas das empresas.
Na realidade O Conselho Diretor da Anatel deu uma resposta a uma segunda carta – essa protocolada no dia 10 de maio – portanto, na véspera do assunto vir à público pelas mãos da Abrafix.
Que foi assinada por cinco presidentes de empresas de telefonia.
Nessa versão escamoteada do público, os executivos tentaram ditar regras de conduta no fornecimento de informações requeridas pela agência reguladora.
A Agência não gostou do tom e ontem resolveu lembrar aos presidentes destas concessionárias, que são eles quem têm de cumprir as determinações da agência. E não é a Anatel quem tem de se subordinar a eles.
Este blog teve acesso a cópia desta carta, assinada pelos presidentes da Telefônica, Embratel, CTBC Telecom, Sercomtel, Oi e Brasil Telecom (Luiz Eduardo Falco assina duas vezes o documento).
No geral essa carta tem o mesmo teor da que foi apresentada pela Abrafix.
Mas nesta versão, os presidentes dessas empresas simplesmente informaram que lacraram envelopes contendo CDs que traziam informações solicitadas pela agência. E exigiam que a abertura desses envelopes somente fosse feita com a presença de representantes deles.
A Anatel devolveu tudo e mandou as empresas se colocarem no seu devido lugar. Vão prestar as informações que a Anatel desejar e sem fazerem exigências. Quem tentar bancar o besta levará um belo processo para casa.
* Curioso é ver Antonio Carlos Valente, ex-conselheiro e presidente da Anatel, assinando documento desse gênero.