
O avanço dos data centers deixou de ser apenas uma pauta tecnológica: tornou-se um eixo estratégico para o desenvolvimento econômico e digital do país. A avaliação foi feita hoje (15) na Comissão de Ciência, Tecnolgia e Inovação, pelo presidente da Brasscom, Affonso Nina. Ele defende que investir nessa infraestrutura é abrir espaço para uma nova cadeia de valor — que envolve desde engenharia civil de alta complexidade até a expansão de startups e serviços públicos baseados em dados.
Segundo ele, a construção de um data center movimenta engenheiros, projetistas, eletricistas e técnicos especializados em projetos de precisão, que demandam conhecimento avançado em energia, refrigeração e cibersegurança. Cada instalação dessa natureza envolve projetos milionários e mão de obra qualificada, consolidando uma indústria intensiva em tecnologia e inovação.
O impacto não se limita ao canteiro de obras. De acordo com Affonso Nina, o processamento de dados é o que permite que empresas desenvolvam novos softwares, que startups testem soluções em nuvem e que governos ofereçam serviços online com eficiência. “Quando fortalecemos a infraestrutura de data centers, fortalecemos todo o ecossistema que depende dela — da grande indústria à startup que está nascendo”, observou o executivo.
“Não falamos de data centers apenas pensando nos prédios e servidores. Eles são o coração de todo o ecossistema digital”, destacou o executivo durante a audiência.
No ambiente global, a capacidade de processamento é hoje um diferencial competitivo. Países que investem nesse setor atraem empresas de tecnologia, reduzem dependência externa e passam a exportar serviços digitais de alto valor agregado.
Para o empresário, com o programa Redata, o governo pretende justamente impulsionar essa transformação: ampliar a base instalada de data centers, reduzir custos de implantação e atrair investimentos privados. A aposta é que, ao se tornar um polo regional de processamento, o Brasil ganhe autonomia digital e gere empregos de alta qualificação.
Se bem-sucedida, a política poderá transformar a infraestrutura digital em um novo vetor de desenvolvimento econômico e tecnológico, aproximando o país das nações que já disputam o protagonismo na chamada economia dos dados.