Com quem tem conversado, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, vem sinalizando seu interesse de fortalecer a Telebras, colocar a estatal como ponta de lança do projeto de inclusão digital, fornecendo infraestrutura para que empresas possam atingir com mais facilidade e a preços competitivos a última milha.
A razão para a demora em anunciar programas ou renovar compromissos dos atuais programas, ocorre pelo fato de que Berzoini tem pela frente três problemas a resolver:
1 – Político: como fazer para colocar a Telebras na vanguarda do processo, sem criar uma nova zona de atrito com as teles? Outros tentaram e se deram mal, terminaram abandonados pelo próprio Palácio do Planalto, que estimulou o confronto.
2 – Administrativo/ético e moral: como dar credibilidade para a atual diretoria, se dentro dela o público se mistura com o privado? Como acreditar num diretor que aparece de carro importado novo e afirma que foi presente da esposa – sendo que a esposa trabalha numa diretoria para atendimento a governos de uma grande empresa de telefonia?
3 – Financeiro: como viabilizar economicamente a ideia, se este ano o Ministério do Planejamento já avisou que não dará nenhum centavo para órgãos e empresas estatais além do previsto no orçamento? Sendo que esse “previsto”, o próprio ministério mandou enxugar 30% do montante?
Apesar de acreditar na boa vontade do ministro Berzoini, creio que essa equação acima está muito difícil de ser resolvida. Ele terá que exercitar a criatividade e gastar muita saliva na área econômica do governo para alcançar algum objetivo.
* A conferir.