Por Elói Assis* – Divulgados os dados de desempenho do setor Atacadista Distribuidor, o Termômetro ABAD NielsenIQ aponta que o segmento teve alta de 14,6% no faturamento de outubro de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. O ranking também trouxe uma visão do acumulado deste ano, que registra uma alta de 8,2% de janeiro a outubro, comparado ao mesmo período de 2023. E para seguir no ritmo de crescimento, os distribuidores precisam estar de olho em soluções inovadoras para otimizar processos e impulsionar a competitividade.
Uma dor que sempre acompanhou o setor é a questão dos pagamentos. E nesse contexto, a automatização e diversificação dos meios de pagamento surge como uma ferramenta poderosa, e tem se mostrado como uma tendência crescente no segmento, trazendo uma série de benefícios significativos para as empresas.
Isso porque um dos desafios do dia a dia do distribuidor é vender para um novo cliente, que não está na sua carteira habitual. Esse processo exige tempo para análises de crédito ou até mesmo o envolvimento do departamento financeiro para aplicação de processos complexos envolvendo depósitos antecipados. Esse fluxo pode causar grandes problemas na gestão do estoque, com carga parada e congestionamento de produtos até que o boleto seja pago e compensado. Ou seja, ao buscar menor risco, podemos estar na outra ponta perdendo vendas ao reter o estoque esperando pela confirmação de um pagamento que pode nunca vir.
Por meio da integração eletrônica e instantânea dos meios de pagamento com o sistema de gestão, os distribuidores conectam as informações financeiras do negócio aos bancos em poucos cliques, de forma segura, garantindo ainda mais precisão e controle sobre as operações financeiras. Esse movimento também permite a otimização dos processos financeiros, reduzindo a dependência de transações manuais, mitigando erros humanos e reduzindo o tempo despendido para processar e conciliar transações, e provocando uma significativa redução de custos relacionados à mão de obra, papel e armazenamento de documentos.
A simplificação e agilização dos processos de pagamento também influenciam diretamente na experiência do cliente. Isso porque, ao usar sistemas automatizados de pagamento, os clientes farão transações mais rápidas, práticas e convenientes, sem necessidade de dinheiro físico ou de um longo tempo de processamento e, consequentemente, espera.
Uma das ferramentas de automatização que resolve a demora para compensação bancária é o boleto híbrido, que atende por várias alcunhas como Bolepix e Bolecode, que nada mais é que a inclusão do QR Code do pagamento via PIX no boleto tradicional, de forma que o pagamento é realizado na hora, desde que o cliente utilize esse código ao invés do antigo código de barras 2D. Uma solução simples, segura e cômoda, que retêm todos os benefícios do boleto tradicional, como registro e capacidade de protesto, mantendo todas as práticas e costumes já associados ao bom e velho boleto. No setor de Distribuição, essa ferramenta gera ainda mais eficiência operacional, uma vez que o pagamento instantâneo libera o faturamento do pedido e a expedição do item, reduzindo o tempo de armazenagem do produto no estoque, promovendo um ciclo mais ágil e produtivo para toda a empresa.
Os sistemas também podem coletar e analisar dados de transações em tempo real, fornecendo informações detalhadas sobre padrões de compra, sazonalidade e tendências de mercado. Esses insights podem ser utilizados para ajustar estratégias de precificação, otimizar o estoque e personalizar ofertas para atender às necessidades dos clientes de forma mais eficaz.
De forma geral, ao investir em digitalização dos meios de pagamento, os distribuidores também se resguardam de fraudes e inadimplência. Isso porque essas transações utilizam criptografia e outras medidas de proteção, que proporcionam também maior transparência, já que é possível acompanhar os pagamentos em tempo real.
E tudo isso nada mais é do que a constante evolução dos processos e práticas de negócios de antigamente que seguem seu inexorável caminho de transformação, num mundo que está cada vez mais conectado e mais digital. À medida que os consumidores se digitalizaram, a pressão recaiu sobre as empresas para que se adaptassem à sua nova forma de se relacionar. E agora vemos essa mesma pressão nas interações B2B, entre empresas.
A mudança na forma como as empresas de distribuição estão agora se relacionando nas transações de pagamento são apenas a ponta do iceberg do que já se instalou em muitos lugares, e que está gerando ganhos reais de produtividade e levando melhora da experiência da jornada de relacionamento, que produz diferenciais competitivos duradouros. Sua empresa já está competindo de igual para igual? Ou ainda seu motorista está recebendo dinheiro em espécie contra entrega?
*Elói Assis, diretor-executivo de produtos para Distribuição da TOTVS.