Neste fim de semana pude constatar no Twitter que alguns veículos de comunicação prosseguiram com notícias da ABES, que parece não se conformar ainda com a presença do software livre no Brasil.
E eu que pensava que essa briguinha já estava superada entre os dois lados…
Mas já que surgiu uma nova oportunidade para se debater o tema vamos lá. Como não sou um especialista, tenho algumas dúvidas sobre a pesquisa. Não quer dizer que necessariamente eu esteja certo ou errado, apenas não entendi certos números.
Primeiro, a ABES não explica claramente como os dados foram obtidos, que indicam que o software livre alcançou apenas 1,86% do mercado nacional, apesar de todos os esforços governamentais como o indutor do código aberto. Fica a pergunta, o governo – o maior indutor – seria o responsável por apenas 1,86% do mercado nacional?
Ainda que se leve em conta que a ABES esteja certa, que o software livre não emplacou, como se explicam os números que a entidade também forneceu sobre o crescimento do uso dessa plataforma entre 2009 e 2010?
Governo: +24%
Finanças: +16%
Indústria: +6%
Serviços: +18%
Telecom : +16%
Outros: +12%
Esses percentuais não são um claro sinal de que o uso do software livre vem crescendo e tem sido disseminado em todos os setores econômicos do país e não apenas no governo? Dá para dizer então que a ferramenta não emplacou ou não está emplacando?
Distribuição
Segundo ainda a ABES, o software livre estaria distribuído pelas seguintes atividades:
Sistemas Operacionais: 30%
Ferramentas Desenvolvimento: 8%
Linguagens de Programação: 0,5%
Servidores: 2,5%
Banco de Dados: 2%
Integração Gráfica: 1%
Aplicativos: 51%
Outros: 4%
Fica a seguinte pergunta com base nesses e outros dados fornecidos pela ABES:
1 – O que é melhor para o país, termos uma massa crítica trabalhando em cima de soluções de código aberto, gerando conhecimento e compartilhando o mesmo numa comunidade, conforme esses percentuais de atividades descritos acima?
2 – Ou devemos manter o mercado de informática capturado por soluções proprietárias vindas de fora, em que só nos resta o papel da mera “customização” de ferramentas para o cliente, permitindo depois a remessa do lucro para o exterior?
Desenvolvimento e Produção: 24,7 %
Distribuição e Comercialização: 50,1 %
* Está lançada a discussão para quem desejar debater o assunto.