A Tocha

Resolvi dar esse nome para a coluna, com o seguinte slogan: “o que a imprensa não traz, a tocha traz”. A partir de agora a coluna passará para a sexta-feira. Quem não ficar satisfeito vá ler um livro.

Cadê Marina?

Chama a atenção, como o Ministério do Meio Ambiente não participa de nada que diga respeito a impactos que poderão causar ao meio ambinte, uma eventual explosão de data centers no Brasil e a exploração de terras raras no país. Probpemas todo mundo já sabe que teremos, não é o caso de ficar batendo na mesma tecla de sempre do meio ambientalista. Mas faltam apresentar soluções. E a ministra Marina Silva poderia colocar na sua agenda algumas delas.

Sugestão para Marina

No Redata – regime especial para incentivar a construção de data center no Brasil – as empresas beneficiadas terão que investir em pesquisa e desenvolvimento nas cadeias produtivas digitais no Brasil (2% do valor dos produtos adquiridos no mercado interno ou importado). Por que esse uma parte desse dinheiro não fica nas mãos do Ministério do Meio Ambiente, para programas de recuperação ambiental dos eventuais danos causados por elas? O MCTI de Luciana Santos já tem esse dinheiro com a Lei de Informática, sem contar que dispõe do FNDCT para a Inovação. Está na hora dessas empresas arcarem com os custos da degradação ambiental que venham causar.

*Mas corre Marina! a MP do Redata está no Congresso Nacional. Aproveita a bancada ambientalista para modificar o texto.

Mudança do Clima

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação assinou um Acordo de Cooperação Técnica com o Carbon Disclesure Project Latin America, uma “organização global sem fins lucrativos que administra o único sistema independente de divulgação ambiental do mundo“, conforme se define em sua página na Internet. O objeto deste acordo será o compartilhamento de dados, informações, estudos e pesquisas sobre mudança do clima e emissões de gases de efeito estufa. O objetivo será utilizar todo o conteúdo na formação de políticas públicas nessa área. A acordo terá vigência pelos próximos quatro anos.

E no novo “aparelho” de Luciana…

É só felicidade na Softex, depois que a ministra da Ciência e Tecnologia colocou para dentro os seus apadrinhados políticos, que irão tomar conta de um orçamento estimado de R$ 2 bilhões. Até Ruben Delgado, que perdeu o cargo de presidente da entidade que comandou por 14 anos, estava feliz. Ganhou até medalhinha da ministra. Como é lindo ver um setor em paz.

Não Gostou

As más línguas andam dizendo que o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, ficou tiritica da vida, quando tomou conhecimento de que o presidente da Telebras, André Leandro Magalhães, tirou férias no dia 15 de setembro, com data para retorno nesta sexta-feira, dia 3 de outubro. Fred, como é conhecido no setor de telecomunicações, faz o estilo “workaholic”, não para de trabalhat e viajar. A bronca foi que ele não entendeu como um presidente de estatal que acaba de dar uma virada orçamentária sai de férias, com tantos projetos a serem implementados. Pegou meio mal.

Atenção fornecedores!

O Plano de Dispêndios Globais informa que a Telebras terá o orçamento de R$ 484.386.299 para usar até o fim do ano. Boa parte já está comprometida com pagamentos de fornecedores, que estão perdendo a paciência com a demora para receber. Mesmo assim, é um bela grana para quem agora tem apenas três meses para encerrar o ano. Resta saber quando a Telebras vai se mexer.

Anatel entra no jogo

Para ser mais exato, decide por a sua mão pesada no mercado da jogatina. Assinou um Acordo de Cooperação com a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda e a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) para criar um “Laboratório Virtual”, que terá por objetivo: analisar equipamentos e sistemas usados na oferta clandestina de loterias, além de mapear vulnerabilidades cibernéticas. Coube à Anatel a missão de emitir ordens de bloqueio para operadoras de telecomunicações e monitorar o cumprimento. A vigência inicial do acordo é de três anos, com possibilidade de prorrogação.

Deu Saudades

A Dataprev reajustou recentemente dois contratos que mantém com a Green4T Soluções para manutenção de sua infraestrutura de data centers. Os dois contratos somam mais de R$ 4,7 milhões. Por conta desses contratos, lembrei de uma coisinha meio antiga. Tão antiga quanto eu e Rodrigo Assumpção: a quantas andam o processo de “transpilação”no idoso Libra – Unisys? Quando a empresa se livrará realmente desse velhinho incômodo?

Juiz virtual da Saúde

O Conselho Nacional de Justiça e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo assinaram um Acordo de Cooperação técnica, para criação de um “Modelo RAG (Geração Aumentada por Recuperação) e de Linguagem Especializada (Small Language Model – SLM)”. Traduzindo: querem implementar com a Inteligência Artificial Generativa, um novo banco de dados contendo todas as informações já tomadas por juízes na área da Saúde. Um “agente virtual” destinado a apoiar decisões judiciais incorporado à plataforma dos Núcleos de Apoio Técnico do Judiciário (e-NatJus).

Minha Live, Minha vida

A Câmara dos Deputados está em processo de compra dos seguintes equipamentos: “bolsa fotográfica profissional; estabilizador (GIMBAL) de câmera DSLR e de câmera SMARTPHONE; adaptador sem fio para microfone; apresentador sem fio com ponteiro laser; câmera fotográfica digital; fone de ouvido HEADSET; projetor multimídia; fone de ouvido do tipo fechado; microcontrolador da marca/modelo RASPBERRY/PI 5; fone de ouvido profissional; banco de baterias portátil; câmera webcam grande angular; caixa acústica amplificada; sistema de microfone; e mixer”. *Mimos que farão a alegria do presidente Hugo Mota. Mas se vão melhorar a imagem dele nas redes sociais, aí a conversa é outra.

Bastou tirar as teles…

E o programa “Aprender Conectado” desencantou! Criado pela Anatel em 2021 e gerido pela EACE – Entidade Administradora da Conectividade Escolar, o programa se arrastou nas mãos das operadoras móveis que venceram o leilão do 5G durante dois anos, sem garantir conexão com Internet nas escolas públicas. Os resultados eram pífios, mesmo tendo R$ 3,5 bilhões para investir no projeto. E ficou assim até que o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deu um basta na situação. Em fevereiro de 2024 ele interveio nessa sinecura de executivos fracassados das companhias de telefonia, e trocou o comando com a nomeação de Flavio Santos – funcionário público. A partir daí os resultados tornaram-se gritantes:

Mapa da conectividade escolar da EACE em 2023, com as teles no comando da entidade:

Mapa da Conectividade escolar EACE em outubro de 2025, após intervenção do Ministério das Comunicações:

*Agora Lula poderá dizer no ano que vem: “conectei todas as escolas públicas nas regiões mais distantes do país, inclusive em plena selva amazônica. O povo dessa região esperou quase 30 anos para ver essa promessa cumprida, após a privatização da telefoia no Brasil”.