Coluna da Segunda

A IA de Donald Trump –

É interessante como o Governo Trump elaborou um plano para alavancar a Inteligência Artificial nos Estados Unidos, em que não se vê em nenhum canto alguma menção sobre o dinheiro a ser aplicado ou quem pagará a conta. Totalmente diferente do brasileiro, que se não mostrasse quanto o governo iria gastar, não teria nenhuma credibilidade. O Plano de Trump é um mapa das necessidades do país para retomar o caminho da liderança na tecnologia, que está abalada com a presença da China. É um plano que avalia todos os setores estratégicos e diz qual será o papel de cada um deles no futuro. O plano brasileiro se limitou a identificar fontes de financiamento e quem vai ganhar dinheiro com ele. Não tocou em questões centrais como energia e meio ambiente; o papel e o impacto desses setores na construção da infraestrutura necessária.

Aliás, Perguntar não ofende

Qual foi a “participação” do Ministério das Minas e Energia no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial? Ou o do Meio Ambiente? O que se sabe é que no ano passado um grupo de cientistas recebeu uma “encomenda” às pressas do MCTI para criar um plano, depois que o presidente Lula cobrou a apresentação dele para a ministra Luciana Santos.

GT da Embromação

Não invejo o funcionário do MCTI e secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital, Henrique Miguel, uma das cabeças mais brilhantes do Serviço Público. Embora seja apenas o “suplente”, certamente ele terá de presidir sozinho um “Grupo de Trabalho“, que visa a “operacionalização da gestão do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial”. Seja lá o que isso signifique. Henrique Miguel irá comandar uma penca de gente que vive “surfando em GTs” que não vão para canto algum. É o famoso “embromation governamental”, de quem não tem o que fazer no governo. Porque ganhou um cargo apenas para se dar bem, já que é “amigue” de alguém.

Governança da IA

Depois de passar parte do mês de junho e o mês de julho inteiro dançando forró, a Comissão Especial de Inteligência Artificial voltará ao trabalho. Mas somente no próximo dia 5 de agosto, porque ninguém é de ferro. Nesta data a comissão irá realizar uma audiência para debater “Estrutura de governança de IA”. O presidente da ANPD, Waldemar Gonçalves Ortunho, será a grande estrela da audiência. A ANPD conseguiu no Senado ser o órgão que comandará e fiscalizará a Inteligência Artificial no Brasil. Com apenas seis funcionários na área de fiscalização, que ainda são obrigados a se debruçar em todos os casos de vazamento de dados que ocorrem no país. *Tem tudo para dar certo, né?

Guerra pela ECT

PT e União Brasil, leia-se: o senador Davi Alcolumbre (AP), brigam nos bastidores para escolher o futuro presidente dos Correios. Não é à toa. Na mira estão os US$ 4 bilhões que o banco dos BRICS pretende emprestar para a estatal se modernizar. O detalhe é que esse empréstimo só sairá com o aval do Congresso Nacional. Que não por acaso é presidido por Alcolumbre.

*Vão encarar?

Data Center

Fico impressionado quando leio em algum lugar que o governo está ultimando a sua “política nacional de data centers”. Falam em construir esses centros de dados em todo canto do país, mas ninguém explica como eles serão abastecidos com energia. Num país que entra no segundo semestre em período de seca, tendo de chamar as caríssimas termelétricas para cobrirem o déficit de geração das grandes hidrelétricas, faço a seguinte indagação: quem pagará mais essa conta?

Data Center 2

Enquanto empresários correm em ministérios para pedir por uma “política nacional de data centers”, o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio José Verri, já admite que o Paraguai irá consumir os 50% da energia que tem direito e a hidrelétrica produz. Por conta disso, o Brasil já está decidido a providenciar a construção de mais duas turbinas, para compensar o abastecimento interno quando perder essa energia que o parceiro passará a utilizar. Ainda mais se o Paraguai fechar um acordo com as big techs para elas instalarem data centers naquele país. Indago novamente: quem pagará essa conta?

Alvíssaras!

Mais uma vez estamos salvos. Temos a partir de agora um “substituto eventual do Chefe”; na Divisão de Infraestrutura de TI; da Coordenação de Infraestrutura e Governança de TI; da Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação da Imprensa Nacional; da Casa Civil da Presidência da República. Não será pela ausência desse “chefe” que a gente ficará sem a leitura do Diário Oficial da União.

Plêiade Estatal

Me pediram para dar uma força, então estou dando. Só não entendi o tema do debate. Até onde eu sei, no futuro não haverá empresa estatal. Só barriga de aluguel que abre as portas do governo para empresas que não querem disputar licitação.

*Mas deixemos isso para tratar no futuro, quando o PT assumir o governo. Certo?

“Jungle Startup”

A empresária Cristina Boner – uma das mulheres pioneiras no mercado de TI brasileiro – acabou de lançar em Brasília o seu primeiro livro “Jungle Startup – O sucesso do novo empreendedor”. Que faz uma analogia entre a sobrevivência dos animais e o empreendedor brasileiro, numa selva cheia de riscos regulatórios, incertezas sobre os mesmos e as dificildades inerentes de quem precisa entender bem os cenários futuros para poder crescer. Pretendo ler esse livro. Quero saber se terá um capítulo especial dedicado exclusivamente às ienas. As mesmas que durante anos perseguiram essa empresária numa competição cruel e feroz pelos contratos federais. Se não tiver, quem sabe um dia eu mesmo escrevo esse capítulo num livro.

*Seria deveras interessante o que eu teria para contar.

Boa semana para todos!