O Conselho de Administração do Serpro aprovou por unanimidade a destituição do Diretor de Negócios, Governo e Mercados, Andre de Cesero, que atravessou vários governos no cargo. Sua saída ocorrerá em 1º de outubro e acabará pondo um fim numa parceria política criada dentro da empresa entre ele e o presidente da estatal, Alexandre Amorim.
Essa “parceria”, endoçada pela Receita Federal e pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, estava levando a empresa à condição de “barriga de aluguel” para empresas de informática que não queriam disputar licitações, mas queriam entrar para o governo pela janela. O presidente Alexandre Amorim e o ministro Padilha fizeram de tudo para manter Andre de Cesero na diretoria, mesmo com o seu prazo de mandato vencido.
Não conseguiram e acabaram perdendo a segunda diretoria que tem grau de importância no organograma da estatal. Amorim e Padilha também não foram os patrocinadores da escolha do funcionário Wilton Mota para a Diretoria de Operações. Ao contrário fizeram tudo para atrapalhar a nomeação. Mas tiveram de ceder após pressão e apoio geral do PT – que não está no governo – e do senador Davi Alcolumbre (União-AP), futuro presidente do Congresso Nacional.
Para o lugar de Andre de Cesero está cotado o atual Gerente de Vendas Regional do Serpro no Recife (PE), Carlos Alexandria, que no LinkedIn se apresenta como “especialista em negócios digitais, empreendedor, professor e triatleta”. Porém, o seu nome somente emplacará, se contar com o apoio político do PT e da Receita Federal. No momento ele só conta com o apoio político e sindical do meio pernambucano.
Mas se o nome for confirmado, isso ainda exigirá que o governo trave uma nova batalha com Alexandre Amorim. O presidente do Serpro não quer esse executivo em seus quadros de maneira nenhuma, pois não tem ligação política alguma com ele. Se for de fora, Amorim sabe que irá tornar-se uma “Rainha da Inglaterra”, não mandará mais na estatal. Pois já não tem apoio na Operações, na Administração e ainda perderá a Diretoria de Negócios.
Para o Serpro, qualquer que seja a indicação, se ela não vir de Alexandre Amorim já será uma vitória. A estatal poderá retomar o seu rumo como empresa prestadora de serviços ao governo.
Não há como negar que a estatal ganhará um novo “gás” se a indicação de Carlos Alexandria vingar.
Afinal de contas, estão trocando o “fofucho” Andre de Cesero…
….por um “triatleta”.