De antemão, me cumpre o dever de não somente corrigir a informação dada na edição de ontem (27); assim como também afirmar que o erro é de minha inteira responsabilidade. Pedi pela Lei de Acesso à Informação e fui prontamente atendido pelo Ministério da Saúde, mas as informações foram incompreensíveis para quem não está acostumado à gestão desses contratos de publicidade, embora a leitura deles seja facilmente condutível ao erro.
Pela LAI, o ministério me encaminhou cópia dos contratos. Se olhados friamente para eles no tocante ao que a pasta deverá pagar para as empresas de publicidade e de Marketing Digital/Assessorias de imprensa, no somatório dos valores a conta chega aos R$ 903 milhões.
Porém, a verba do Ministério da Saúde na Lei Orçamentária Anual (LOA)/2023) é de R$ 240.129.225,00 ou seja, bem menor do que o informado por esse blog na edição de ontem. Qual foi o motivo do erro e não o interesse de desinformar o leitor então?
O Ministério da Saúde ao encaminhar os contratos, não entrou em detalhes sobre quanto e como pagará as empresas. Simplesmente forneceu as cópias e neles, somando os valores assinados por elas, chega-se facilmente à conta dos R$ 903 milhões. Ocorre que não é assim que a banda toca.
O Ministério da Saúde, dentro do seu orçamento anual de R$ 240 milhões, destacou R$ 215 milhões para campanhas publicitárias. Para tanto, chamou empresas de publicidade ou renovou contratos (não está muito claro para o blog) para disputarem essa conta. E acabou escolhendo quatro empresas: Calia/Y2 Propaganda e Marketing, De Brito Propaganda, Agência Nacional de Propaganda e Nova SB.
As quatro empresas assinaram contratos no valor de R$ 215 milhões, que foi o teto estimado pelo ministério para gastar com campanhas este ano. Ao contrário do que foi informado pelo blog, esses contratos não têm valores unitários; as empresas não vão chegar a receber R$ 215 milhões, cada, pelos serviços que prestarem.
É que para cada publicidade de interesse público que o ministério decidir fazer todas as quatro empresas, mesmo que contratadas pela pasta, serão chamadas para uma nova rodada de disputa entre elas, para ver quem apresenta a melhor proposta de campanha publicitária. Aquela que o ministério escolher como a melhor irá executar o serviço e receber por ele. Então, o montante de R$ 215 milhões para as campanhas será dividido entre as empresas que aprsentarem as melhores propostas de execução de campanhas de publicidade escolhidas numa disputa interna feita pelo ministério.
Segundo uma publicitária consultada pelo blog, provavelmente o mesmo deverá ocorrer com as duas outras empresas voltadas para o Marketing Digital e Assessorias de Imprensa (FSB Comunicação e Planejamento Estratégico e IN.Pacto Comunicação Corporativa e Digital), cujo valor do contrato é menor, porém o mesmo: R$ 21.835.865,62. O blog pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde sobre tudo o que gerou esse erro.
Reparado o equívoco, este blog sustenta o teor da matéria no tocante à situação política da ministra Nísia Trindade. O Centrão quer o ministério e tem buscado propagar a informação de que a pasta não realizou nada até agora, o que já foi contestado pela própria titular da pasta. Está faltando Comunicação com o público e isso é uma realidade cobrada até pelo presidente Lula e ministros palacianos. Nísia é uma excelente técnica e não tem vivência política, mas nome melhor do que o dela não há. Ainda mais se a indicação para substituí-la vir do Centrão, pois seria colocar a raposa para cuidar do galinheiro.
*Enfim, segue o pedido de desculpas geral pelo erro e vida que segue. Só fique claro que este blog não tem compromisso com desinformação. Quando erra, paga.