O novo presidente do Serpro, Alexandre Amorim, correu para Curitiba na sexta-feira para festejar com Rafael Greca, prefeito de Curitiba, a nomeação para o cargo. Tem mais, segundo Greca, Amorim foi “indicação pessoal do presidente Lula”, que teria passado por cima de todo o PT para nomeá-lo. Pelo menos é o que o prefeito sugere na página oficial da Prefeitura de Curitiba, a capital da “República do Paraná”.
“O presidente do ICI, Alexandre Amorim, foi chamado pelo presidente Lula para uma nova missão no Serviço Federal de Processamento de Dados, o Serpro, que é o grande orgulho da informática brasileira. Com isso, Curitiba oferece o que tem de melhor ao governo do Brasil”, afirmou o prefeito Rafael Greca, ao lado do secretário de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação (Smap), Alexandre Jarschel de Oliveira.
Greca não explicou como foi construído esse relacionamento com Lula para ganhar poderes de nomear os seus apadrinhados políticos no Serpro. Se foi antes, durante ou depois do período em que o presidente esteve preso na sede da PF curitibana. O fato é que Rafael Greca, com o apoio de Gilberto Kassab, o cacique do PSD, conseguiu atropelar todo o PT nacional. Teve mais poderes do que a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, ou do ex-governador do Paraná, Roberto Requião, para interferir nesse processo junto a Lula.
“Amorim é a primeira autoridade do governo federal a visitar Curitiba”, brincou o prefeito com a visita feita pelo novo presidente do Serpro.
No próximo dia 21 será realizada a reunião do Conselho de Administração do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) para aprovar o nome do futuro presidente. Alexandre Amorim está afastado da função em virtude do Serpro. Conforme estabelece o Estatuto do Instituto, o diretor Administrativo e Financeiro, Marcelo Prado, ocupa interinamente a presidência do ICI.
Mas nem tudo é festa na vida do novo presidente do Serpro. Amorim decidiu ouvir a ala política do PT do Distrito Federal na composição de cargos de diretoria. Por conta disso, obteve na reunião do Conselho de Administração um inexplicável “voto de confiança” do representante dos trabalhadores, Deivi Kuhn. O resultado foi que acabou comprando uma guerra com as representações sindicais das demais unidades da federação que não participaram desse acordo.