Coluna de segunda

Segue a segunda edição da coluna semanal que decidi criar no blog, que embora pretenda sempre sair na segunda-feira, por conta do Carnaval ficou para essa quarta de cinzas. Notas e sugestões, críticas e elogios serão bem vindas pelo e-mail qbrasilia@gmail.com (só mandar com o título “coluna”). E se não for pedir demais senta o dedo no botão “curti” nas redes sociais.

Crime via satélite

A Anatel foi surpreendida com a notícia divulgada pela Carta Capital, de que a Starlink de Elon Musk vem prestando serviço de Internet via satélite para garimpeiros que invadiram a reserva Yanomami. E o serviço, por estar sendo oferecido para um cliente em situação ilegal, acaba saindo caríssimo e alguém está lucrando com isso. Em contatos informais com a agência recebi a informação de que o assunto será debatido internamente e a fiscalização deverá investigar a veracidade da denúncia.

O Ministério das Comunicações tem outra versão. Informalmente alegam que já tinham conhecimento dessa denúncia e estariam investigando quem estaria revendendo e lucrando com o serviço na região Yanomami. Garantem que o governo não está parado e até o Ministério da Justiça vem procurando os responsáveis para aplicar as devidas punições.

Baixa órbita I

Até agora a Starlink só produziu má notícia no Brasil. Seu comportamento como empresa agora sofre um novo abalo com a denúncia da revista Carta Capital. Se for confirmado que a empresa estava ou ainda está operando conexão de Internet via satélite, como ficará a sua licença para explorar o serviço no Brasil? Perguntei informalmente para fontes na Anatel que não souberam responder. Mas deixaram claro que não gostaram dessa notícia e devem discutir o assunto.

Baixa órbita II

A Starlink entrou no país com o pé esquerdo. Conseguiu licença fazendo lobby na Anatel para operar satélite de baixa órbita e obteve a autorização na frente de outras que aguardavam por essa anuência do regulador. Depois o empresário Elon Musk participou pessoalmente de um cineminha político com o então presidente Jair Bolsonaro e seu ministro das Comunicações, Fabio Faria, anunciando um projeto de conexão de Internet na Amazônia para escolas públicas que não saiu do papel.

Baixa órbita III

Teve até projeto piloto de conexão escolar da Starlink em Manaus com a presença do ex-ministro Fabio Faria e uma “live” com Elon Musk. O governo mudou e nada do projeto sair. O Ministério das Comunicações tem dificuldade para justificar o motivo de pagar a uma empresa privada por algo que pode ter com o satélite da Telebras. Aliás, o satélite da estatal vem prestando o mesmo serviço de conexão de Internet via satélite na região Yanomami. Só que para os “mocinhos” que estão lá salvando vidas e enfrentando garimpeiro invasor.

Cumprindo o papel

A Telebras mais uma vez mostra a sua capacidade de atender ao cidadão brasileiro com conexão de Internet via satélite. Não bastasse a ajuda que já vem dando para as equipes que trabalham na região Yanomami, ela também deslocou 10 estações e antenas de conexão com o satélite para a cidade de São Sebastião no litoral norte de São Paulo. Para ajudar a cidade que ficou sem contato com a queda de sinal das operadoras móveis.

Alerta Geral

Quem diria, o estado mais rico do país envia notificação de possível desastre por SMS, mas é incapaz de ter uma única sirene em área de risco para avisar sobre a possibilidade de um desastre. E aí, quando ocorre um, cai o sinal de celular das operadoras. Quem sabe os governantes pensem agora em não economizar no próximo orçamento com instrumentos de defesa civil. A ministra da Gestão, Esther Dweck, deverá ser a grande entusiasta dessa mudança de postura, já que ficou “ilhada” em São Sebastião (SP) e foi socorrida pela FAB.

Nomeações estatais

Quem sabe agora que o ano começa de fato no Brasil, o governo consiga chegar ao capítulo final da novela das nomeações em estatais de TI. Serpro e Dataprev estão paradas, sem comando e sem saber que rumo tomar. Nomes não faltam; o que falta é alguém decidir o problema, porque já passou da hora de alguém assumir responsabilidade nas empresas.

Carnaval do Amor…

Foto Fernando Lobo

O poder e o amor andam juntos agora em Pindorama. A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann; e o deputado Federal Lindbherg Farias foram flagrados aos beijos em plena Marques de Sapucaí. O casal ganhou os aplausos da galera que assistia o desfile das escolas de samba.

…e do Ódio

Até aí, nada demais, todo mundo já sabia do namoro dos dois. O problema agora será administrar os conflitos políticos dentro da bancada do PT. É que o deputado/namorado, Lindbergh Farias, fechou parceria com o deputado Washington Quaquá (PT-RJ), para indicar para a presidência da Finep o ex-ministro Celso Pansera. Como fica agora essa indicação, já que ainda não saiu a nomeação, depois que Quaquá caiu em desgraça na militância do PT, ao postar foto ao lado do ex-ministro da Saúde e agora deputado federal, Eduardo Pazuello? Gleisi tem soltado os cachorros em Quaquá por conta dessa aproximação.

Fiasco carnavalesco?

Essa briga interna do PT provocada pela foto com Pazuello parece que não abalou o deputado Washington Quaquá (PT-RJ). Embora digam que o seu “Camarote Favela” na Marquês de Sapucaí foi um “fiasco carnavalesco”, pois não foi visitado por nenhum prócer do PT, não foi exatamente assim que ocorreu. Pelo menos alguns parlamentares da bancada alheios à confusão política deram uma passadinha por lá, entre outros políticos locais. Dentre os que foram até lá estava o líder da bancada do PT na Câmara, Zeca Dirceu, e a nova deputada Camila Jara (PT-MG). E aí Gleisi? Vai encarar?

Subiu no telhado

A medida Provisória do Ministério da Justiça, que pretendia regulamentar na marra o comportamento das plataformas de Internet em nome da Democracia, está guardada em alguma gaveta na Casa Civil da Presidência da República. Agora o governo fala em retomar o PL 2.630 de Orlando Silva no Congresso Nacional, porém com algumas mudanças. Ou seja, vai se confirmando a minha profecia de que a enrolação permanecerá eterna. É muito intelectual dando palpite na Esplanada dos Ministérios, mas nem todos confessam à favor de quem.

Intervozes no poder

Agora o coletivo que defende os direitos na rede faz parte da equipe do ministro da SECOM, Paulo Pimenta. O mesmo que não apoiou integralmente a votação do PL.2630 de Orlando Silva na Câmara, mas que agora o governo fala em usar como modelo para a sua futura regulamentação das plataformas. Podem até alegar que não estão diretamente vinculados ao governo, pois trata-se de ex-integrante dos seus quadros que resolveu ganhar um DAS. Mas não dá para negar que haja um certo conflito de interesses.

Comunicação siamesa

A Comunicação de Lula é a cara da Comunicação de Jair Bolsonaro. Ministros não dão entrevistas coletivas semanais e seus assessores também não falam. Só participam de eventos controlados por uma imprensa que consideram “ou fiel, ou venal, ou progressista”. Quando falam é por intermédio das redes sociais. Como se todo brasileiro tivesse tempo de ficar o dia inteiro acompanhando os seus comunicados, quando resolvem falar para a sua bolha. Já o WhatsApp virou fonte de mão única, pois os jornalistas recebem o material mas não podem sequer se comunicar com a assessoria, porque o canal é fechado para qualquer comentário ou demanda. Ou seja: saímos da ditadura da Comunicação da extrema-direita para a da esquerda. E as empresas que fazem a “Comunicação” são as mesmas. Só que agora já começam a custar o dobro do preço original.

Conversa ao pé do “Zap”

Lula terá o seu “podcast” para falar com a população. A que tem tempo e acesso à Internet para navegar no “zapzap” ou nas redes sociais. Será uma versão 2023 do famoso programa radiofônico “Conversa ao pé do rádio”, que o ex-presidente José Sarney usou entre 1985 a 1987 semanalmente. A equipe de Comunicação de Lula entende que falar para rádios de todo o país é “coisa de velho”. O povo agora está nas redes sociais.

*Em tempo: somente uma rede de rádio que cobre quatro estados do Nordeste com 44 emissoras tem um público estimado de 3 milhões de ouvintes.

Propriedade Intelectual 4.0 

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